22/07/2022 às 07h47min - Atualizada em 22/07/2022 às 07h47min

Redução do preço da gasolina traz “alívio” para brasilienses

Em uma semana o valor do litro da gasolina diminuiu em até R$ 0,60 nos postos do Distrito Federal. Apesar da diminuição, o preço ainda é alto

Após a Petrobras reduzir o preço do litro da gasolina em R$ 0,20 nesta última quarta-feira (20), os motoristas do Distrito Federal tiveram a oportunidade de abastecer os seus veículos com o combustível mais barato em até R$ 0,60 comparado à semana passada, trazendo um maior alívio para os condutores que já chegaram a pagar quase R$ 8.
 
Nesta quinta-feira (21), alguns postos da capital federal ofereceram o valor do litro entre R$ 5,30 e R$ 5,60. No Posto Petrolino, em Taguatinga, os motoristas abasteceram por R$ 5,29, enquanto que em postos da Ceilândia e da Estrutural, ofertas de R$ 5,39 formaram filas de carros nos comércios de combustíveis.IFrame
 
De acordo com Paulo Tavares, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do DF (Sindicombustíveis/DF), na semana passada, o preço médio da gasolina no DF era de R$ 5,90, o que mostra uma diminuição variada entre R$ 0,30 a R$ 0,60 para o bolso do consumidor.
 
Nas refinarias, o litro que custava R$ 4,06 – o maior valor registrado neste ano – passou a custar R$ 3,86. A redução dos preços é a primeira feita pela Petrobras em 2022, visto que a última diminuição do preço do combustível aconteceu em dezembro de 2021.
 
“[A redução] acompanha a evolução dos preços internacionais de referência, que se estabilizaram em patamar inferior para a gasolina, e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado global, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”, diz a Petrobras em uma nota que explica a diminuição do valor do combustível.
 
Segundo Tavares, os R$ 0,20 de diferença provavelmente representaria R$ 0,15 de repasse das distribuidoras aos postos de gasolina. O presidente do Sindicombustíveis explica que a redução dos preços da gasolina favorece uma maior movimentação do setor, tornando os valores mais rentáveis e favorecendo o consumo dos brasilienses. “Quanto menor o preço de custo, melhor para nós, pois aumentamos as vendas”, conta.
 
Tavares acredita que o preço da gasolina deve diminuir ainda mais em breve, mas alerta que, no início do ano que vem, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para os combustíveis voltará a compor os recibos das bombas, o que deve provocar novos aumentos para o bolso do consumidor.
 
“Se a guerra acabar acreditamos que sim. Mas é importante lembrar que, em primeiro de janeiro de 2023, os impostos federais voltam aos preços de todos os combustíveis. Ou seja, haverá aumento de qualquer modo por causa disso”, afirma.
 
Diminuição foi um “alívio”
De acordo com o professor da rede pública de ensino, Tomás Feitosa, de 34 anos, a diminuição do preço da gasolina foi um “alívio”. Porém, o morador conta que o custo do combustível continua pesando em seu bolso. Nesta quinta-feira (21), Tomás abasteceu o seu carro em um posto no centro de Ceilândia, que estava ofertando o litro por R$ 5,39. O morador observa que, por motivos financeiros, a sua ida à bomba foi a última do mês.
 
“Dinheiro do salário já acabou, o que eu coloquei hoje vai ter que dar até quando o outro salário cair. Só que o preço da gasolina não está mais no valor que estava no mês passado, onde você tinha que pagar mais de R$ 7, então, eu não posso negar que deu uma aliviada”, afirma.
 
Apesar de concordar que ficou mais barato abastecer o seu automóvel, o professor avalia que, a diminuição do preço das refinarias pela Petrobras, não significa que o problema do alto valor dos combustíveis foi solucionado, exigindo que o poder público tome decisões mais eficientes. “Mesmo assim, é muito caro você ter que pagar mais de R$ 5, e as pessoas não devem achar que só porque diminuiu que os problemas estão resolvidos. A gente tem que cobrar que eles diminuam ainda mais”, diz o morador.
 
Nesta quinta-feira (21), outro morador também abasteceu o seu veículo por R$ 5,39. O microempreendedor Kleberson Mota, de 48 anos, estava em um posto de gasolina na Cidade Estrutural, mesmo morando no Cruzeiro. “Os postos daqui ainda não baixaram, tão cobrando mais de R$ 5,80. Meu irmão me disse que aqui tava barato e eu dei uma passada aqui para encher o tanque”.
 
Quando a gasolina estava custando R$ 7 no início do mês passado, abastecer o seu carro ao máximo custava mais de R$ 370 na carteira do microempreendedor. Aproveitando a redução, Kleberson gastou R$ 285 no posto da Cidade Estrutural. O morador do Cruzeiro, porém, gosta de lembrar da época onde o preço do litro estava ainda mais baixo: “Tinha uma época que você conseguia encher o tanque com uma nota só”.


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »