Amanhã (25/08) Brasília completa 110 dias sem chuva e os reservatórios de água do Distrito Federal estão registrando queda nos níveis: o do Descoberto está com 62% da capacidade, enquanto o de Santa Maria com 85,1%. Ambos estão com volume de água menor, se comparado ao mesmo período do ano passado, segundo a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa).
A agência garante, entretanto, que não há com o que se preocupar e que a capacidade de abastecimento das barragens está dentro da margem de segurança. A do Descoberto foi a mais afetada e apresenta um volume de água 15,6% menor em comparação a agosto de 2021. O reservatório abastece diretamente em torno de 60% da população do DF. A situação de Santa Maria, que abastece 30% da capital do país, é menos preocupante e está com um volume 5,8% menor em relação a mesma data do ano passado.
Em nota, a área técnica da Adasa explicou que, ao final de cada mês, é feito o monitoramento do volume de água “baseado em cenários de afluência, retiradas para captação, evaporação e precipitação direta sobre o espelho do lago” e que a redução observada até agora está dentro do padrão esperado.
Embora a agência não expresse preocupação quanto aos níveis dos reservatórios, ainda assim, alerta para o uso da água com consciência. "É importante que todas as instituições, órgãos de governo, setores produtivos e, sobretudo, a população mantenham postura responsável com relação ao uso da água", recomenda.
Mais seca
As chuvas não devem chegar ao planalto central, pelo menos até o final do mês. É o que informa a meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Andrea Ramos. A falta de chuva e a seca não é um problema exclusivo do DF, ao menos é o que afirma a especialista. "O mundo está passando por mudanças climáticas. A Organização Meteorológica Mundial (OMM) alerta que há uma tendência de aumento das temperaturas e diminuição das chuvas, globalmente", ressaltou a especialista.
Segundo Andrea, a previsão para essa quinta-feira (25/8) no DF é que as temperaturas variem entre 13 ºC e 28 ºC e a umidade relativa do ar deve ter mínima de 20% — nas horas mais quentes do dia — e pode chegar a 75%.
Recorde negativo
A maior estiagem enfrentada pelo DF ocorreu em 1963, com 163 dias sem chuva, de acordo com a meteorologista. Entretanto, entre 2016 e 2018, a população do DF enfrentou uma grande crise hídrica. Naquela ocasião, a Adasa adotou várias medidas para tentar amenizar os impactos da falta de chuvas, entre elas, a vazão da rede de distribuição e abastecimento de água foi reduzida durante o período noturno. Também houve rodízio de abastecimento de água entre as regiões administrativas do DF — sendo que o fornecimento era cortado por 24h, uma vez por semana, em cada região — e as contas de água passaram a ser acompanhadas de mensagens de conscientização sobre o uso regular dos recursos hídricos.