26/08/2022 às 02h51min - Atualizada em 26/08/2022 às 02h51min

Bolsonaro cobra de Moraes “fundamentação” da ação contra empresários

Segundo o presidente, "não falta mais nada para que o Brasil tenha um problema grave provocado por uma pessoa", em referência a Moraes

O presidente Jair Bolsonaro (PL) cobrou, nesta quinta-feira (25/8), que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), apresente a “fundamentação” da decisão que autorizou a operação da Polícia Federal (PF) contra empresários bolsonaristas que, em troca de mensagens, defenderam um eventual golpe de Estado.

“A gente espera aí que o ministro Alexandre de Moraes apresente aí a fundamentação dessa operação o mais rápido possível. Porque, agora, a gente está vendo a escalada contra a liberdade que — eu sempre tenho falado — tem se avolumado em cima desses empresários”, afirmou Bolsonaro durante sua tradicional live semanal.
 
Na transmissão, o presidente disse que, no seu entendimento, “não falta mais nada para que o Brasil tenha um problema grave provocado por uma pessoa”, em referência ao ministro do Supremo.

No início desta semana, a corporação cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços de oito empresários que compartilharam mensagens golpistas em um grupo do WhatsApp, aplicativo de mensagens instantâneas.

Mais cedo, sem citar os empresários, o presidente fez uma publicação nas redes sociais na qual cobrou respeito pela democracia e honra à Constituição. Ele também voltou a pregar em favor da “liberdade de expressão”.
 
No dia anterior, durante agenda política em Minas Gerais, Bolsonaro ironizou a operação e cobrou um posicionamento de grupos que apoiaram cartas em defesa da democracia. “Cadê a turminha da carta pela democracia?”, provocou.

Entenda a operação contra empresários

A operação cumpriu determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em sua decisão, o magistrado também ordenou:

•             o bloqueio das contas bancárias dos empresários;
•             o bloqueio das contas dos empresários nas redes sociais;
•             a tomada de depoimentos dos envolvidos; e
•             a quebra de sigilo bancário dos empresários.

As mensagens divulgadas mostram que empresários apoiadores do presidente Jair Bolsonaro se manifestaram que preferiam um golpe de Estado caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), também candidato à Presidência, vença as eleições de outubro.

Pesquisa Datafolha divulgada na semana passada mostrou Bolsonaro em segundo lugar, com 32% das intenções de voto, enquanto Lula aparece em primeiro, com 47% das intenções.


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