08/09/2022 às 06h20min - Atualizada em 08/09/2022 às 06h20min

Apoiadores de Bolsonaro tomam ruas de SP, Rio e Brasília, e 7 de Setembro ganha ar de campanha

Na capital federal, a estimativa divulgada pelo PL foi de que 1 milhão de pessoas compareceram à Esplanada. PM não fez contagem

Esta quarta-feira (7/9), data em que se comemora o Bicentenário da Independência, foi marcada pelos atos em apoio ao atual presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), e o tom eleitoreiro das manifestações, que se espalharam pelo país. Em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, os eventos viraram palanque de campanha para o chefe de Executivo, que arrastou multidões de apoiadores para as ruas.
 
Pela manhã, Bolsonaro participou do desfile cívico-militar na Esplanada dos Ministérios, na capital federal, e discursou para cerca de 1 milhão de apoiadores, segundo a estimativa do Partido Liberal. A PM não divulgou contagem dos presentes. Diferentemente do último ano, o atual mandatário poupou críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas falou sobre “trazer para dentro das quatro linhas da Constituição” aqueles que “ousam ficar fora dela”.

À tarde, o presidente partiu para o Rio de Janeiro, onde discursou a apoiadores em cima de um trailer próximo à praia de Copacabana. Ele repetiu frases ditas de manhã e atacou o principal adversário, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), chamando o petista de “quadrilheiro” e sugerindo que “deve ser extirpado da vida pública”.

Em São Paulo, a presença de Bolsonaro foi suprida pelo filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), e o ex-ministro e candidato ao governo do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Assim como em Brasília, na capital paulista e no Rio de Janeiro, órgãos oficiais não divulgaram a estimativa de público.

Brasília

Bolsonaro abriu o dia no desfile cívico-militar na Esplanada dos Ministérios, a bordo do Rolls Royce. Depois, ele marcou presença em ato político em frente ao Congresso Nacional. Durante aproximadamente dez minutos, o presidente falou em uma suposta “luta do bem contra o mal”, e chegou a citar o STF, apesar de não tecer críticas mais duras.

“Muito feliz em ter ajudado chegar até vocês a verdade. Também ter mostrado para vocês que o conhecimento liberta. Hoje todos sabem quem é o Poder Executivo; todos sabem o que é a Câmara dos Deputados; todos sabem o que é o Senado Federal. E também todos sabem o que é o Supremo Tribunal Federal”, assinalou.

Bolsonaro também declarou que a “vontade do povo” se fará presente no primeiro turno das eleições deste ano, no próximo 2 de outubro, e voltou a falar em “jogar dentro das quatro linhas da Constituição”. “Podem ter certeza, é obrigação de todos jogarem dentro das quatro linhas da Constituição. Com uma reeleição, nós traremos para dentro das quatro linhas todos aqueles que ousam ficar fora dela”, disse.

A primeira-dama, Michelle Bolsonaro, também foi destaque durante o ato da manhã. Ela fez um discurso citando a família e Deus. “Estamos aqui lutando pelo bem maior, que é a nossa família e a nossa liberdade. Estamos aqui lutando por princípios e valores que Deus estabeleceu na terra”, disse a primeira-dama.

Michelle protagonizou momento polêmico durante o discurso do presidente. Na ocasião, ele fez comparações entre a primeira-dama e a esposa do ex-presidente Lula, Rosângela Silva, conhecida como Janja. A fala gerou críticas nas redes sociais. Ele ainda deu um beijão na esposa e puxou um coro de “imbrochável”, termo que já havia usado com apoiadores em outra oportunidade.

 
Público lotou a Esplanadas dos Ministérios enquanto presidente discursava

Rio de Janeiro

Mais tarde, Bolsonaro esteve em Copacabana, no Rio de Janeiro, para as comemorações do Bicentenário da Independência. Sem mencionar Lula nominalmente, seu principal adversário na disputa, o atual chefe do Executivo chamou o petista de “quadrilheiro” e afirmou que “esse tipo de gente tem que ser extirpado da vida pública”.

“Não é apenas voltar à cena do crime. Esse tipo de gente tem que ser extirpado da vida pública”, disse, em referência à declaração feita pela manhã, em Brasília, sobre opositores.

O mandatário do país fez um discurso carregado de críticas à esquerda: “Compare o Brasil com os países da América do Sul, compare com a Venezuela, compare com o que está acontecendo na Argentina e compare com a Nicarágua. Todos são amigos dos brasileiros, e brasileiros que disputam a eleição no Brasil”.

Bolsonaro ainda acrescentou: “Eu peço a vocês que não tentem convencer um esquerdista. Faça o contrário, fale para ele convencer você a ser esquerdista. Vejam os argumentos deles. Não têm argumentos. São cabeças vazias. Pessoas que não têm nada a acrescentar”.
 
Vista aérea do ato no Rio de JaneiroReprodução

São Paulo

Na capital paulista, quem ditou o ritmo das manifestações foi o filho do presidente e deputado estadual Eduardo Bolsonaro. Durante sua fala, ele criticou supostos “abusos do STF” e chamou o ex-presidente Lula, candidato ao Palácio do Planalto, de “ladrão”.
“Nós somos o povo brasileiro, e a gente não vai permitir que um ladrão cachaceiro volte ao poder. Nós vamos dar resposta agora nas urnas. O presidente Bolsonaro vai ser reeleito e ele vai colocar dois ministros no STF ano que vem”, disse o filho do presidente.

Enquanto Eduardo discursava, os manifestantes gritaram “Lula Ladrão” e “Fora Xandão”. “Não adianta, Alexandre de Moraes, mandar a PF de maneira covarde na porta de empresários que pagam seu salário”, bradou o deputado federal.
 
 
 
Ato do 7 de Setembro na Avenida PaulistaReprodução/CNN
 
O ato em São Paulo também foi marcado por críticas de bolsonaristas contra o STF, que defenderam intervenção militar. O ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas, candidato ao governo de São Paulo, também participou do evento e elogiou a participação do público.

“Um presidente acima de tudo brasileiro, que trouxe de volta o verde e amarelo e trouxe de volta os valores da família. A gente hoje está vestindo o verde e amarelo e não é por causa da Copa não. A gente passou usar o verde e amarelo para o nosso dia a dia”, disse Tarcísio de Freitas sobre Jair Bolsonaro.


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