01/11/2024 às 06h08min - Atualizada em 01/11/2024 às 06h08min

Casa de striptease: exonerado assessor que usou cota para pagar Uber

Assessor trabalhava no gabinete do deputado Filipe Barros (PL-PR). Despesa foi reembolsada pela Câmara

​Reprodução / redes sociais

O chefe de gabinete de deputado federal, que usou dinheiro público pagar uma viagem de Uber até uma casa de striptease de Londrina (PR), foi exonerado do cargo, na quarta-feira (30/10), após reportagem. As corridas, realizadas durante a madrugada, foram reembolsadas pela Câmara dos Deputados com recursos da cota parlamentar.

O chefe de gabinete, que recebia salário bruto de R$ 22.362,12 pela função de assessor na Casa Baixa. Um portal do DF teve acesso à nota fiscal que comprova o deslocamento do funcionário, partindo da casa noturna, em um carro por aplicativo. Questionado pela reportagem, ele ainda informou ter usado recursos da cota parlamentar para ida ao local.

Ambas as viagens foram custeadas com recursos da cota parlamentar, destinada exclusivamente a despesas relacionadas ao exercício da atividade no Legislativo.

Documentos obtidos indicam que, na data em questão, o deputado  estava em missão oficial em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, onde participava de um fórum relacionado ao bloco dos Brics. Em sua ausência, o responsável pelo gabinete do parlamentar, estava hospedado em um hotel em Londrina, de onde partiu a corrida à casa de diversão adulta.

O assessor começou a trabalhar no gabinete do deputado em abril de 2023.

O que diz o assessor

Em nota, o assessor afirmou que já tomou providências para devolver o valor reembolsado e que está se desligando de seu cargo no gabinete do parlamentar. Em sua defesa, o chefe de gabinete alegou que a corrida foi realizada fora do horário de expediente e que a solicitação de reembolso foi um “ato falho”.

“Na referida ocasião, estive em Londrina a trabalho. Porém, fora do horário de expediente, utilizei o aplicativo de transporte em questão e, por ato falho, acabei solicitando o reembolso – motivo pelo qual expresso minhas escusas”, afirmou.

Em nota, a assessoria do deputado informou que ele “determinou, de imediato, a restituição dos valores e também a exoneração do servidor em questão”.

O que diz a Câmara
A Câmara dos Deputados informou que “a área técnica responsável pelo processamento da cota para o exercício da atividade parlamentar verifica apenas a autenticidade dos documentos fiscais apresentados, a compatibilidade do gasto com o que está previsto nas normas da cota e os limites de saldo para reembolso.

No caso de viagens de Uber ou de táxi, além dos dados citados acima, os técnicos verificam quem fez uso do serviço, se foi o próprio parlamentar ou se alguém da sua assessoria.”


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