Nelson Barbosa, integrante do Gabinete de Transição e ex-ministro de Dilma Rousseff, afirmou, nesta segunda-feira (21/11), que o governo Lula poderá gastar R$ 136 bilhões acima do orçamento de 2023 sem que haja aumento nos gastos na proporção do Produto Interno Bruto (PIB).
Ex-ministro da Fazenda e do Planejamento, Barbosa é responsável por apresentar sugestões de políticas para o próximo governo.
De acordo com o economista, esse aumento nos gastos não acarretaria em uma expansão fiscal devido à projeção do PIB. Neste ano, o governo gastará 18,92% do indicador, número “significativamente” maior do que o projetado para 2023, de 17,6%.
“Isso significa que, se você adicionar até R$ 136 bilhões de gastos no orçamento do ano que vem, não será expansão fiscal. Será igual ao efetivamente feito no último ano do governo Bolsonaro”, explicou Barbosa na saída do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede da transição. Ou seja, seria uma “recomposição” e não uma “expansão fiscal”.
PEC
O ex-ministro ainda falou sobre a proposta que busca viabilizar os compromissos feitos em campanha pelo novo chefe do Executivo, a PEC da Transição.
Em síntese, a proposta busca excepcionalizar do teto de gastos públicos o atual Auxílio Brasil, que voltará a ser chamado de Bolsa Família a partir do próximo ano. A matéria prevê impacto financeiro de quase R$ 200 bilhões.
“Nós estamos analisando e conversando com a equipe que está negociando isso no Congresso. As negociações da PEC são atribuições do grupo de transição do Congresso, digamos assim. Senador Wellington está lá”, disse.