15/12/2022 às 15h37min - Atualizada em 15/12/2022 às 15h37min

Justiça Eleitoral aprova prestação de contas de Sergio Moro dois meses após a eleição; entenda

Moro foi eleito senador pelo Paraná com 1,9 milhão de votos. Areá técnica do TRE-PR havia apontado ausência de documentos obrigatórios e informações inconsistentes.

​Por g1 PR — Curitiba

Justiça Eleitoral aprova prestação de contas de Sergio Moro

A prestação de contas da campanha do senador eleito pelo Paraná Sergio Moro (União) foi aprovada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PR), dois dias antes do prazo final para julgamento das contas dos eleitos no pleito de 2022. O julgamento começou na terça-feira (13) e o resultado foi confirmado nesta quarta (14).
 
A equipe técnica da Justiça Eleitoral havia indicado inconsistências de informação nas contas do ex-juiz da Lava Jato, e exigiu apresentação de documentos.

Segundo o TRE-PR, as contas de Moro foram aprovadas por unanimidade de votos dos desembargadores, acompanhando o parecer da relatora Claudia Cristina Cristofani.
 
Conforme o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a campanha de Sergio Moro gastou R$ 5.103.465,24, sendo o maior valor de R$ 800 mil na contratação de serviços advocatícios. O segundo maior foi com serviços de impulsionamento de conteúdo nas redes sociais.

Entre os principais gastos também estão R$ 425.883,28 em despesas para contratação de uma empresa de táxi aéreo.
 
Resumo
•             O ex-juiz federal foi eleito senador pelo Paraná com 1,9 milhão votos;
•             A Justiça Eleitoral indicou, por duas vezes, inconsistência na prestação de contas e pediu extratos e documentos;
•             Moro descreveu os pedidos como "relatório padrão" e disse que os pedidos eram naturais para o período. Ele reapresentou as informações solicitadas.
•            
Com a aprovação das contas, Moro está apto para diplomação dos candidatos eleitos no Paraná, solenidade que está marcada para 19 de dezembro no TRE-PR.
 
Prestação de contas
As contas de Moro na Justiça Eleitoral foram contestadas pelo menos duas vezes pelo TRE-PR, que apontaram inconsistências nas informações prestadas, chegando a recomendar a reprovação das contas do senador eleito.
 
Uma contestação foi do início de novembro, quando a Justiça Eleitoral determinou que o ex-juiz reapresentasse as contas eleitorais, alegando inconsistências de informação e documentos exigidos, mas que não foram entregues.
 
No parecer, constava que Moro descumpriu a entrega dos relatórios financeiros de campanha no prazo estabelecido pela legislação eleitoral em relação a 12 doações, que somam R$ 137,5 mil.
 
O documento também apontou que a campanha não entregou extratos de contas bancárias usadas para movimentação de recursos do Fundo Partidário, do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) e também de recursos com outras origens, além de documentos fiscais "que comprovem a regularidade dos gastos eleitorais realizados com recursos do Fundo Partidário".
 
Outra contestação ocorreu no fim de novembro, quando a área técnica da Justiça Eleitoral voltou a apontar falhas e se manifestou pela reprovação da prestação de contas.

O reforço ao pedido de reprovação veio após a análise de uma retificação das contas apresentadas pela equipe de Moro. Na época, a área técnica manteve 10 apontamentos, entre gastos não explicados e ressalvas.
 
No processo, a defesa de Moro afirmou que "as inconsistências são meramente burocráticas e não comprometem a regularidade e segurança das contas de campanha".


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »