Goiânia – Um advogado foi repreendido durante uma audiência de custódia após dizer que “está na moda [fazer] denúncia por crimes sexuais“, para justificar as colocações a respeito do cliente, que é suspeito de importunar sexualmente quatro ex-funcionárias. O profissional foi corrigido pela magistrada Lígia Nunes de Paula, que presidia a sessão.
O caso aconteceu em Anápolis, a 55 km da capital goiana, na terça-feira (24/1). “Diferente do colocado pela defesa, não está na “moda” a denúncia por crimes sexuais, até mesmo porque se trata de uma situação extremamente vexatória para a vítima”, alegou a juíza.
O cliente do advogado, um empresário proprietário de uma lanchonete, foi preso preventivamente. De acordo com as vítimas, ele teria passado a mão nas partes íntimas das mulheres.
Após a audiência de custódia, que foi realizada na terça-feira, o comerciante teve a prisão mantida pela Justiça de Goiás.
Humilhação
O nome do empresário não foi divulgado pela polícia. Segundo a delegada responsável pela investigação, Isabella Joy, o autor está sendo investigado, ainda, na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) daquele município por estupro de vulnerável.
De acordo com a investigadora, as mulheres procuraram a delegacia por não aguentarem mais as importunações do homem. Segundo as vítimas, ele se aproveitava da condição de proprietário para passar a mão nas nádegas delas, fazer brincadeiras inadequadas e dar “encoxadas” de forma rotineira.
Ainda de acordo com a corporação, as quatro mulheres também teria relatado que eram humilhadas pelo homem. Uma delas teria sido queimada com uma forma quente e ficado com marcas pelo corpo.