13/06/2017 às 17h47min - Atualizada em 13/06/2017 às 17h47min
Professor de EC 218 de Santa Maria usa quadrinhos para despertar interesse em leitura
Alunos do projeto Do Início ao Infinito aprendem a criar histórias em quadrinhos e imergem no mundo da leitura
Ascom/SEEDF
Foto: Vladimir Luz, Ascom/SEEDF As histórias em quadrinhos atraem há décadas um grande número de leitores, das mais variadas faixas etárias, no mundo inteiro. Seja para dar continuidade às aventuras de um super-herói da Marvel ou para abordar mais um plano infalível do Cebolinha, a arte que mistura textos e desenhos de uma forma única sempre chamou atenção. Ao perceber o forte impacto deste instrumento no público infantil e a fim de despertar o interesse pela leitura em seus estudantes, o professor Fernando Ribeiro, da Escola Classe 218 de Santa Maria, criou o projeto
Do Início ao Infinito.
O projeto de leitura de Fernando está em prática na EC 218 há dois anos. Nele, o professor ensina para os alunos o processo de produção de uma história em quadrinho e, posteriormente, pede que eles, em grupo, criem uma narrativa. Para sustentar o texto, fotografias em vez de desenhos, visto que muitos alunos tinham dificuldade para desenhar e se sentiam desestimulados. “De qualquer forma, no esboço, os alunos se esforçam para desenhar algo que explore ainda mais o lado criativo e lúdico delas”, explica Fernando.
Tudo começa como um lide jornalístico. Assim como utilizado na técnica de escrita jornalística, os alunos devem responder o que, quem, onde, como, quando e por quê deu o acontecimento geral da história. Com a história pronta, é hora de produzir as fotos e fechar as tirinhas. Luiza Guimarães, de 8 anos, por exemplo, resolveu contar o drama de um garoto que queria soltar pipa, mas de tão magro, acabou voando. Segundo ela, todo processo de criação foi bacana, principalmente por ter trabalhado com seus amigos.
Já sua colega de sala Eani Pinheiro, também 8 anos, resolveu falar sobre compaixão. O quadrinho do seu grupo conta a história de um garoto que escorregada no pátio e que recebia ajuda de uma aluna, que ao primeiro ver, ficou tirando sarro da situação. “Fiquei muito feliz em criar um quadrinho. Foi a primeira vez que fiz esse tipo de atividade. Essa é uma maneira muito divertida de aprender algo”, diz a pequena.
Para não ficar preso entre as quatro paredes da sala de aula do 3ºB, Fernando criou uma exposição com as obras criadas pelos alunos. Os trabalhos ficaram expostos nos corredores da EC 218 do dia 8 ao dia 12 de maio. “Os alunos das outras turmas que viram o resultado ficaram extremante contagiados e começaram a cobrar dos professores a produção de algo parecido”, relembra Fernando.
Para o professor, o projeto vai além do incentivo à leitura. “Com essa ferramenta, consigo ensinar para os alunos conceitos complicados de acentuação, discurso direto e indireto, figuras de linguagem”, exemplifica. Ele observa ainda que o rendimento dos alunos aumentou em sala de aula, uma vez que o grupo aprendeu a interpretar melhor os textos das avaliações. O diretor da unidade, Manoel dos Santos, apoiou o projeto do professor e reconhece que Fernando conseguiu atingir um objetivo maior: unir o útil ao agradável. “As crianças precisam aprender aquele conteúdo, mas é diferente quando é feito de forma prazerosa. Até aqueles que demonstravam mais dificuldade conseguiram interagir com o projeto de forma exitosa”, conclui.
Devido ao sucesso, Do Início ao Infinito vai se alastrar para outras turmas da escola. Nessa nova etapa, seis alunos do 3ºB vão atuar como monitores dos demais estudantes.
Destaque na foto para Calebe Furtado ( Neto do Jornalista e Radialista Vital Furtado)