06/05/2023 às 06h26min - Atualizada em 06/05/2023 às 06h26min

DF: sem ter onde deixar filhos, pais vivem drama com greve dos professores

Com escolas fechadas, famílias temem perda no aprendizado das crianças e precisam encontrar alternativas para cuidar das crianças

Sem ter com quem deixar filhos, pais de alunos começaram, nessa quinta-feira (4/5), a viver um drama com a greve dos professores da rede pública do Distrito Federal, que não tem data para terminar. As famílias temem, ainda, pela qualidade no aprendizado das crianças e adolescentes, uma vez que ainda estão fragilizados pelo período longe de sala de aula, em decorrência da pandemia de Covid-19.

A maioria dos pais acha justa as reivindicações dos professores por melhores salários e condições de ensino, mas não concorda com o fechamento das escolas. Com a interrupção das aulas, os estudantes ficam privados de merenda – muitas vezes a refeição mais completa do dia – e a rotina das famílias acaba completamente alterada.

 “Já tivemos essa pandemia. E elas não conseguiram aprender quase nada. Agora, com essa greve, está mais complicado ainda. Eu vou ter que desembolsar dinheiro para pagar um reforço e escolar”, desabafou a mãe de aluno.

Judicialização
O governador Ibaneis Rocha (MDB) determinou, nesta quinta-feira (4/5), que a Procuradoria-Geral do DF (PGDF) entre na Justiça contra a greve dos professores. A ação foi apresentada no mesmo dia, cobrando o fim do movimento paradista com aplicação de multa diária de R$ 300 mil, em caso de descumprimento.

A Secretaria de Educação afirmou que ainda faz a mensuração das escolas afetadas no primeiro dia de paralisação. “O GDF aguarda que o bom senso prevaleça e que os professores voltem à mesa de negociação”, afirmou o Palácio do Buriti. O governo não informou qual seria o impacto financeiro dos pedidos dos educadores. Também não sinalizou uma eventual contraproposta.

Professores
Apesar de também ser contemplada pelo aumento de 18%, dividido em três parcelas anuais de 6%, a categoria diz que a recomposição salarial é insuficiente. O Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF) também cobra melhores condições de ensino, mais escolas e a incorporação de gratificações ao salário.

Em assembleia na quinta-feira, o Sinpro decidiu pela greve, por tempo indeterminado. O sindicato não possui um balanço da adesão a greve. “A categoria deu hoje um recado na assembleia: que só vai acabar a greve, depois que o governo apresentar uma proposta que atenda de fato a categoria. E essa greve vai continuar por tempo indeterminado”, assinalou o diretor do Sinpro Samuel Fernandes.

Em nota, a Associação de Pais e Alunos das Instituições de Ensino do Distrito Federal (Aspa-DF) ressaltou a importância da celeridade nas negociações entre os professores e o governo, para que haja o menor prejuízo possível à comunidade escolar. A instituição argumentou que os professores têm direito de buscar melhores condições, mas que os alunos não podem ficar sem aulas e que as escolas não devem ficar fechadas.


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