17/06/2017 às 07h51min - Atualizada em 17/06/2017 às 07h51min

PADRE CORAJOSO: CORAGEM É CORAGEM...Verdades são verdades..

Blog da Catequese

Recebi um email nestes dias que fala sobre uma questão já antiga, mas que voltou à pauta nesses dias. A questão da retirada da Cruz, símbolo dos cristãos, dos espaços públicos. Esse email me fez refletir e creio que talvez seja de grande valia para que todos os catequistas reflitam também, por esse motivo eu o transcrevo aqui.

A mensagem do email traz a resposta do Frade Demetrius dos Santos Silva, que foi publicado no jornal ‘Folha de São Paulo’ de 09/08/2009, sobre a decisão do Ministério Público de São Paulo de retirar os símbolos religiosos das repartições públicas federais em São Paulo.

Mensagem recebida:

O Ministério Público Federal de São Paulo ajuizou ação pedindo a retirada dos símbolos religiosos das repartições públicas.

Pois bem, veja o que diz o frade Demetrius dos Santos Silva:

Sou padre católico e concordo plenamente com o Ministério Público de São Paulo, por querer retirar os símbolos religiosos das repartições públicas…

Nosso Estado é laico e não deve favorecer esta ou aquela religião. A cruz deve ser retirada!

Aliás, nunca gostei de ver a cruz em tribunais, onde os pobres têm menos direitos do que os ricos e onde sentenças são barganhadas, vendidas e compradas.

Não quero mais ver a cruz nas Câmaras Legislativas, onde a corrupção é a moeda mais forte.

Não quero ver, também, a cruz em delegacias, cadeias e quartéis, onde os pequenos são constrangidos e torturados.
Não quero ver, muito menos, a cruz em prontos-socorros e hospitais, onde pessoas pobres morrem sem atendimento.

É preciso retirar a cruz das repartições públicas, porque Cristo não abençoa a sórdida política brasileira, causa das desgraças, das misérias e sofrimentos dos pequenos, dos pobres e dos menos favorecidos.

Frade Demetrius dos Santos Silva. – São Paulo/SP

Esse email está circulando sob o título “Padre Corajoso”, mas o que importa não é isso, mas é o conteúdo da mensagem.

Todos nós, cristãos católicos nos indignamos quando falam em retirar os nossos símbolos religiosos de repartições públicas, pois acreditamos que é um desrespeito à tradição e á fé do povo brasileiro.

Deixando de lado a questão de que o Estado brasileiro é um estado laico e, portanto deve respeito a todas as religiões indistintamente, o que significa que não pode sobrepor os símbolos de determinada instituição religiosa sobre os de outras, vamos ver a questão exatamente pelo ângulo em que o frade a coloca.

A cruz é o símbolo maior da nossa fé cristã, seu significado está ligado à questão da justiça de Deus, do rompimento com a morte e o resgate da vida, vida transformada, vida nova e eterna. Ela é símbolo da ressurreição, pois Jesus venceu a morte na cruz, Deus o ressuscitou. Contra todo o poder da morte Deus ressuscitou Jesus e inaugurou o tempo de vida eterna para toda a humanidade. Por isso ela é sinal da bênção de Deus.

Nós cristãos católicos portamos o crucifixo conosco e em nossas casas como sinal da bênção, da proteção que pedimos e recebemos de Deus, bênção para nós, para o nosso lar, a nossa família.

Mas a cruz é mais que um símbolo, é um sinal que nos identifica como discípulos e discípulas de Jesus Cristo, tementes a Deus e templos do Espírito Santo. É Sinal do nosso compromisso de sermos construtores do Reino onde impera a justiça, a igualdade e a fraternidade.

Se a cruz para nós é símbolo de bênção e sinal de compromisso com o Reino de Deus, como podemos admitir que seja usada em locais onde a vontade de Deus não é o mais importante e onde não se dá valor à sua bênção?

Permitir a exposição indiscriminada da cruz ou de qualquer outro símbolo da nossa fé, como se fossem apenas adornos (assim como o terço usado como colar ou pulseira), sem qualquer sinal de respeito pelo que eles significam para nós, é desvalorizá-los e banalizá-los.

Acredito que nós, catequistas, devemos valorizar os nossos símbolos dando-lhes a importância que têm e mostrando o que significam verdadeiramente para nós, para que dessa forma eles não sejam banalizados em seu uso e aqueles que os portar ou expor compreendam o compromisso que assumem diante Deus.

É dever de todo cristão zelar para que a nossa fé e os sinais que a representam sejam honrados, respeitados e preservados.


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