19/05/2023 às 07h17min - Atualizada em 19/05/2023 às 07h17min

Bíblia é vendida por R$ 190 milhões e se torna manuscrito mais caro do mundo

Especialistas afirmaram que se trata da bíblia mais antiga e completa que existe no mundo com 1,1 mil anos. O comprador foi o ex-diplomata americano Alfred Moses

​(crédito: Ed Jones / AFP)

Uma bíblia com mais de mil anos foi vendida na última quarta-feira (17/5), em um leilão na cidade de em Nova York, nos Estados Unidos, por US$ 38 milhões (cerca de R$ 190 milhões) e se tornou o manuscrito mais valioso do mundo.

O Codex Sassoon, datado do século 10, é um dos dois únicos manuscritos que contem todos os 24 livros da Bíblia hebraica ou Tanakh, o acrônimo hebraico de Torá — o Antigo Testamento cristão — que sobreviveram até a era moderna, e recebeu esse nome devido a um dos proprietários, David Solomon Sassoon.

As estimativas são de que o item é datado de 1,1 mil atrás e recebeu esse nome em 1929, quando foi comprado por David Solomon Sassoon, colecionador e estudioso britânico por 350 libras esterlinas (cerca de R$ 2150 em valores atuais). O atual proprietário era o investidor e colecionador de arte suíço Jacqui Safra, sobrinho do banqueiro Joseph Safra.

De acordo com a Sotheby's, o exemplar está muito bem preservado, sendo a bíblia hebraica mais antiga e completa já descoberta, faltando apenas 12 páginas.

O livro foi vendido após uma disputa de quatro minutos entre dois licitantes. O comprador foi o ex-diplomata americano Alfred Moses, em nome de uma organização sem fins lucrativos dos Estados Unidos, que revelou que doará o manuscrito ao Museu ANU para integrá-lo ao Museu do Povo Judeu, em Tel-Aviv.

O Codex Sassoon ficou desaparecido por mais de 500 anos, após a destruição da sinagoga de Markada, no noroeste da Síria, e foi reencontrado apenas em 1929. O documento foi leiloado pela primeira vez em mais de 30 anos, e tinha uma estimativa de venda de entre US$ 30 milhões e US$ 50 milhões.

Detalhes da venda
A venda ultrapassou os US$ 35 milhões pagos pelo O Livro de Mórmon, datado de 1830. O livro, conhecido por “manuscrito do tipógrafo”, foi ditado por Joseph Smith , primeiro presidente da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, de acordo com o jornal Deseret News. Arrematado em 2017, havia sido o manuscrito mais caro já vendido em um leilão.

O documento histórico vendido pelo valor mais alto continua sendo uma das primeiras impressões da Constituição americana, o documento é um dos 13 exemplares originais de 1787 e foi vendido por quase três vezes o valor inicial. A venda da rara cópia bateu o recorde de um documento em leilão quando foi vendido por cerca de US$ 43,2 milhões (R$ 213 milhões) em novembro de 2021.


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