23/06/2023 às 07h31min - Atualizada em 23/06/2023 às 07h31min

Estadão critica Lula por proximidade com o MST

Jornal defende aproximação real do governo com o agronegócio

Estadão: 'A distância de Lula em relação ao MST é o mínimo que se pode esperar de um presidente da República' | Foto: Reprodução/MST

Em editorial publicado na edição desta quinta-feira, 22, o jornal O Estado de S. Paulo critica a proximidade do governo Lula com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e outros grupos que costumam invadir áreas agrícolas, fazendas de pesquisa e prédios públicos. Em contrapartida, sugere o jornal, o governo deve se aproximar, de fato, do agronegócio, principal alavancador da economia do país.

“A distância regulamentar de Lula da Silva em relação ao MST é o mínimo que se pode esperar de um presidente da República”, afirma o editorial. Até agora, lembra o Estadão, o presidente Lula tem feito exatamente o contrário, desqualificando o agronegócio, e mantendo, ele próprio e seus ministros, uma proximidade temerária com os líderes de invasões de terra.

Lula levou para a China, na comitiva oficial, em abril — em meio às invasões do “Abril Vermelho” —, o líder do MST, João Pedro Stédile. Ministros do governo petista participam amistosamente de eventos do MST. “Gestos como a inclusão do chefe do MST, João Pedro Stédile, na comitiva presidencial, são inaceitáveis. É totalmente fora de contexto e até provocativa a presença de Stédile.”

O jornal lembra que o agronegócio teve crescimento de 21,6% no primeiro trimestre e, sem ele, o Produto Interno Bruto (PIB) não teria crescido 1,9%, mas apenas 0,5% nos primeiros três meses do ano.

Por isso, Lula sabe o prejuízo do aprofundamento dessa briga — péssima para o país e para o seu governo — com o agronegócio e tem movimentado o governo para construir pontes com os ruralistas. Esse esforço será observado na divulgação do Plano Safra 2023-24, prevista para os próximos dias. “Se o governo não atrapalhar, já estará ajudando muito a manter a potência do setor que vem sustentando a economia nacional”, afirma o Estadão.

O editorial lembra, ainda, que em recente declaração Lula defendeu o fim das ocupações. A fala, no entanto, “pareceu mais um apelo do que uma determinação, como caberia ao mandatário”. Na mesma ocasião, o presidente afirmou que cabe ao Incra fazer o levantamento das terras improdutivas para fins de reforma agrária. E o jornal recorda que o Incra teve substituídas chefias em 19 Estados após as invasões de abril, e, agora, “parte considerável é formada por aliados do MST”.

Para finalizar, o editorial afirma que “os sinais do governo Lula da Silva para o setor precisam passar muito mais confiança, o que requer um prudente — e urgente — distanciamento ideológico”.


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