O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, acusou a Turquia, até então considerada uma aliada da Rússia, de violar os acordos bilaterais. A acusação se dá depois de o país devolver cinco comandantes da Guarda Nacional da Ucrânia que haviam se tornado prisioneiros de Moscou.
No último sábado, 8, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse, por meio de um tuíte, que cinco “heróis” estão voltando para casa para “finalmente estar com seus parentes”.
Em declaração para a agência de notícias Ria Novosti, Peskov alegou que os líderes militares deveriam permanecer na Turquia “até o fim do conflito”. Nesse sentido, ele destacou que ninguém informou a Rússia sobre a transferência dos cinco comandantes — e então prisioneiros — do batalhão Azov (considerado uma organização terrorista na Rússia) da Turquia para a Ucrânia.
Os homens atuaram na defesa da usina siderúrgica Azovstal, na cidade de Mariupol, por meses contra o ataque russo e estavam entre os prisioneiros de guerra trocados entre a Rússia e a Ucrânia em setembro — com a Turquia e a Arábia Saudita envolvidas nas negociações.
Os comandantes foram libertados sob a condição de passarem o restante da guerra na Turquia sob a proteção pessoal do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.
Eles retornaram da Turquia no mesmo avião que trouxe Zelensky de volta de seu encontro com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan. Os militares ucranianos prometeram voltar ao campo de batalha.
Em guerra contra a Rússia, presidente da Ucrânia agradece pela liberação de prisioneiros pela Turquia
Zelensky agradeceu a sua equipe. O presidente ucraniano também agradeceu Erdogan por ajudar na liberação dos líderes do Azovstal. Não ficou claro a razão de Erdogan ter violado o acordo com Moscou
A Rússia capturou cerca de 2,5 mil soldados ucranianos em maio de 2022 na unidade siderúrgica de Mariupol e ainda tem cerca de 1,9 mil homens sob sua posse.
A mediação de Erdogan permitiu a libertação de 215 soldados ucranianos, quase todos capturados em Mariupol, em troca de 55 russos e ucranianos ligados ao Kremlin, incluindo Viktor Medvedchuk