Em contraposição a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com relação a acabar com o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou, nesta quinta-feira (13/7), que vai ampliar o ensino por meio da modalidade para o estado.
O Pecim foi implantado durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e foi símbolo de sua política educacional.
"Fui aluno de Colégio Militar e sei da importância de um ensino de qualidade e como é preciso que a escola transmita valores corretos para os nossos jovens. O @governosp vai editar um decreto para regular o seu próprio programa de escolas cívico-militares e ampliar unidades de ensino com este formato em todo o Estado", disse o governador em publicação nas redes sociais.
Além de Tarcísio, os governadores do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), anunciaram que também vão manter o programa. Os três apoiaram Bolsonaro na eleição passada - Tarcísio, inclusive, foi ministro da Infraestrutura do ex-presidente.
A decisão do governador é um novo aceno aos bolsonaristas, de quem sofreu ataques na semana passada após articular a favor da aprovação da reforma tributária, uma das bandeira do governo Lula, na Câmara dos Deputados.
Demais apoiadores do ex-presidente foram às redes sociais para criticar a decisão do governo Lula de extinguir o programa das escolas cívico-militares. O ex-vice-presidente da República, o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) chamou a medida de "revanchista".
Até o fim deste ano
Segundo revelou o Estadão/Broadcast, a decisão de extinguir o Pecim, tomada em conjunto pelos ministérios da Educação (MEC) e da Defesa, deve ser implementada até o fim do ano letivo, conforme documento enviado aos secretários estaduais de Educação.
O MEC afirmou que haverá desmobilização do pessoal das Forças Armadas lotado nos colégios vinculados ao programa, bem como a adoção gradual de medidas que permitam encerrar o ano na "normalidade necessária aos trabalhos e atividades educativas".
Foram quatro os motivos para o fim do programa, conforme nota técnica do MEC: além do desvio de finalidade das Forças Armadas, a pasta entende que há um problema de execução orçamentária no programa e que os investimentos poderiam ser mobilizados em outras frentes. Outras justificativas são falta de coesão com o sistema educacional brasileiro e o modelo didático-pedagógico.