Uma visita do presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, à Ucrânia sinaliza um reforço no aparato militar ao país em confronto, há mais de 500 dias, com a Rússia. Yeol prometeu "ampliar a escala" da ajuda humanitária e de equipamento militar não letal a Kiev durante uma reunião, ontem, com o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Seul "ampliará a escala de suprimentos na comparação com o ano passado, quando entregamos materiais como capacetes e coletes à prova de balas", disse Yoon. A Coreia do Sul é o nono maior exportador de armas do mundo e produz grandes volumes de armamentos que são compatíveis com os equipamentos utilizados pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
O país, porém, adota uma política antiga de não enviar armas para áreas em que há conflitos ativos. Estados Unidos, as potências europeias e a própria Ucrânia têm feito pedidos reiterados pelo envio de armamentos e outros artefatos. Yoon, em sua primeira visita a Kiev, manteve a posição e prometeu aumentar o apoio em ajuda humanitária para US$ 150 milhões neste ano, 50% a mais do que foi enviado em 2022.
"Posso afirmar, com satisfação, que já está sendo aplicado um acordo sobre a transferência de veículos e equipamentos especiais, incluindo veículos de desminagem. Isto ajuda-nos a salvar vidas", afirmou Zelensky depois da reunião. Ele havia pedido a Yoon para aumentar o apoio militar quando eles se encontraram pela primeira vez, em maio.
Solidariedade
Antes de desembarcar na Ucrânia, o presidente sul-coreano participou de uma cúpula da Otan na Lituânia e visitou a Polônia, onde expressou solidariedade aos ucranianos e discutiu formas de apoiar sua luta contra a ofensiva russa. Em Kiev, visitou o local dos assassinatos em massa em Bucha, perto da capital, e Irpin, área residencial bombardeada por mísseis em larga escala. A reunião com Zelensky ocorreu em seguida.
Yeol disse que a Ucrânia de hoje o lembra "a Coreia do Sul do passado", fazendo referência à ajuda internacional que permitiu a seu país obter uma "vitória milagrosa" contra Pyongyang e virar uma das maiores economias do mundo. Na sexta-feira, o Ministério da Terra, Infraestrutura e Transporte sul-coreano informou que planeja apoiar a reconstrução da Ucrânia em áreas de infraestrutura, como transporte e energia.