A Polícia Civil do Mato Grosso do Sul suspeita que o médico Gabriel Paschoal Rossi, encontrado morto com as mãos e os pés amarrados em uma casa na cidade de Dourados, na sexta-feira (4/8), participava de um esquema de estelionato.
As investigações indicam que ele teria sido morto por cobrar dívidas relacionadas à suspeita Bruna Nathalia de Paiva. Ela, presa em Minas Gerais nesta segunda-feira (7/8), é suspeita de integrar o mesmo esquema que o médico e foi apontada pela polícia como mandante do crime.
O delegado que apura o caso, Erasmo Cubas, concedeu uma coletiva de imprensa, nesta terça-feira (8/8) e deu detalhes sobre as investigações. "Bruna Nathalia de Paiva é a mentora e determinou o homicídio. Ela não vai na cena do crime, ela só coordena", disse ele.
A polícia trabalha com a ideia de que o assassinato de Gabriel contou com a participação de mais três suspeitos, identificados como como Bruna Nathalia de Paiva, Gustavo Kenedi Teixeira, Guilherme Augusto Santana e Keven Rangel Barbosa.
Eles foram presos pelas polícias Rodoviária Federal (PRF) e Militar de Minas Gerais, nesta segunda, e levados para Dourados, onde o crime ocorreu.
Esquema de estelionato
Segundo a Polícia Civil, a relação do médico com o esquema de estelionato era mediada por Bruna. Eles eram amigos. Gabriel recebia documentos enviados por ela, fazia saques e tinha retorno financeiro com isso.
O desentendimento com Bruna teria sido causado por uma das atividades, que gerou uma dívida que ela não aceitou pagar. Ao ser cobrada, a suspeita decidiu planejar o assassinato. Não há detalhes sobre quanto seria esse valor cobrado por Gabriel. A polícia estima algo por volta de R$ 500 mil.
Erasmo Cubas contou que a causa morte do médico foi por asfixia, causada provavelmente por um estrangulamento.
Assassinato
A morte de Gabriel Paschoal Rossi vinha sendo programada pelos criminosos da rede de estelionato. De acordo com o Polícia Civil do MS, o grupo alugou uma casa em Dourados e esperava pelo médico no imóvel. Ele foi ao encontro dos suspeitos no dia 27 de julho.
Na casa, a perícia do caso aponta que Gabriel foi torturado pelos criminosos das 7h até por volta de 20h, quando eles deixaram o local. Foi usada uma sacola plástica para asfixiar a vítima, que tinha também perfuração no pescoço.
A perícia indicou que a morte do médico ocorreu cerca de 48 horas depois. Essa informação fez a polícia concluir que o médico não estava morto quando foi deixado no local, mas não conseguiu pedir socorro porque estava amarrado e ferido. A casa havia sido alugada pela quadrilha por 15 dias, em razão disso, ninguém foi até o imóvel nesse período.
Segundo o delegado, a locação por tempo mais longo já fazia parte do plano arquitetado para o crime.