A Polícia Federal realiza na manhã desta terça-feira (27) a operação Naum. O objetivo é combater uma organização criminosa suspeita de fraudar aplicações do Instituto de Gestão Previdenciária no Tocantins (Igeprev) em fundos que geraram prejuízos de mais de R$ 263,6 milhões. O deputado estadual Eduardo Siqueira Campos está na sede da PF prestando depoimento. Ele ainda não se manifestou sobre o caso.
O prédio do Igeprev, que fica em Palmas, foi cercado por policiais e os funcionários foram impedidos de entrar no local por cerca de duas horas.
Os mandados judiciais estão sendo cumpridos nos estados do Tocantins, Goiás, Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo e no Distrito Federal. A PF não informou quais e quantos são os mandados e disse que não serão divulgados detalhes da investigação, pois o Tribunal Regional Federal da 1ª Região proibiu a divulgação de dados incluídos nos autos.
Segundo a PF, as auditorias realizadas pelo Ministério da Previdência Social e sindicância feita pelo próprio Igeprev identificaram que o Instituto fez aplicações contrárias às permitidas pela resolução do Conselho Monetário Nacional. A suspeita é que também foram feitas aplicações em fundos problemáticos com alto risco de perdas.
O prejuízo aos cofres públicos é de R$ 263.648.310,47. Segundo a PF, também foram constatadas aplicações no montante de R$ 1.176.842.671,64 em 27 fundos sem liquidez e com possíveis prejuízos.
A PF informou ainda que a investigação é um desdobramento da Operação Miquéias realizada pela PF do Distrito Federal para desarticular duas organizações criminosas com atuações distintas: uma envolvida em lavagem de dinheiro e a outra acusada de má gestão de recursos de entidades previdenciárias.
Dentre os profetas menores do velho testamento, Naum aparece depois do livro de Miquéias. Assim, o nome da operação foi escolhido para lembrar a relação de sucessão entre as duas investigações, segundo a polícia.
Bloqueio
No ano passado, a Justiça determinou o bloqueio de mais de R$ 250 milhões de cinco ex-gestores do Igeprev. O valor é referente a oito processos por atos de improbidade administrativa, quando o agente público causa lesão ao patrimônio. Na época, o G1 noticiou o caso. Os pedidos de bloqueio foram feitos pelo Ministério Público Estadual ainda em 2015 e aceitos pelo Tribunal de Justiça.