01/09/2023 às 06h00min - Atualizada em 01/09/2023 às 06h00min

DF tem maior taxa de esgoto tratado do país, aponta levantamento

Instituto Trata Brasil analisou dados de estados e municípios; GDF investiu, desde 2019, mais de R$ 1 bilhão para levar saneamento e água tratada para mais de 90% da população

​A Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) Sobradinho integra o trabalho de saneamento básico que torna o DF uma referência no país | Foto: Cristiano Carvalho/Caesb

Mais uma vez o Distrito Federal aparece em destaque no ranking que analisa os indicadores de saneamento básico determinados pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). Segundo o Instituto Trata Brasil, o DF tem a maior taxa de esgoto tratado entre os entes federativos, sendo a única acima de 80% e superando estados como Roraima, Paraná, São Paulo e Goiás.
 
Na comparação entre municípios, Brasília ocupa a 20ª posição dos mais bem-colocados, com uma taxa total de atendimento de esgoto em 91,77% e de tratamento em 86,65%. Em relação ao abastecimento total de água, o serviço é fornecido para 99% dos habitantes, colocando a cidade entre as nove mais bem-posicionadas. Os dados são do Ranking Saneamento Básico 2023 do Trata Brasil.
 
O crescimento dos índices de atendimento e abastecimento de água e esgoto ocorrem desde 2005. Desde 2019 para cá, o Governo do Distrito Federal investiu mais de R$ 1 bilhão em melhorias no sistema de fornecimento de água, coleta e tratamento de esgoto, além da modernização das estruturas e dos processos. Deste valor, R$ 404 milhões foram destinados aos Sistemas de Esgotamento Sanitário (SES), um conjunto de instalações para coletar, transportar, tratar e destinar o esgoto da cidade.

Investimento que dá resultado
As construções do Sistema Corumbá IV, das estações de tratamento de água (ETAs) do Lago Norte e do Gama e dos sistemas de esgoto em praticamente todas as regiões administrativas são apontadas como algumas das ações que impactam diretamente a melhoria do tratamento de esgoto e água.
 
 “Estamos em uma região do Planalto Central em que há muitas nascentes, mas pouco volume de água por conta dos meses de seca. Isso nos faz ter que armazenar e construir reservatórios, e, por consequência, implantar sistemas de tratamentos em todas as cidades para que não haja contaminação no lago e nos rios”, explica o diretor de Operação e Manutenção da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), Carlos Eduardo Borges.

Além disso, de acordo com o diretor, o Distrito Federal conta com três níveis de tratamento, o que é incomum em muitas cidades brasileiras. “O tratamento do esgoto é dividido em algumas etapas. Nas etapas primária e secundária são removidas as matérias orgânicas e os resíduos sólidos, o que a maioria das cidades faz. Mas o nosso nível de tratamento vai até o terciário, que envolve a remoção do nitrogênio e do fósforo, nutrientes que precisam ser retirados por conta dos diversos lagos que abastecem a cidade”, explica.
 
A aplicação de recursos para a garantia de saneamento básico garante dignidade, saúde e desenvolvimento para o DF. “O tratamento e fornecimento de água de qualidade e a coleta e o tratamento de esgoto estão diretamente relacionados à qualidade de vida. Esse serviço básico atendido gera um meio ambiente mais saudável, menos doenças para a população, menor número de internações e valorização imobiliária da região. Tem uma série de vantagens para a cidade”, ressalta o diretor de Operação e Manutenção da Caesb.

Mesmo com tantos investimentos, o governo atua para melhorar ainda mais o abastecimento da população. “Manter esses números e avançar é uma missão do Distrito Federal para cumprir o marco do saneamento básico que estabeleceu metas para o Brasil até 2033. O nosso nível ainda não é maior porque temos áreas em que a infraestrutura de saneamento básico só pode entrar conforme a regularização. É o caso do Morro da Cruz e Capão Comprido, em São Sebastião, Chácara Santa Luzia e 26 de Setembro”, revela Borges.


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