22/10/2023 às 06h55min - Atualizada em 22/10/2023 às 06h55min
Metralhadoras furtadas do Exército seriam vendidas para o PCC
Mais nove armas foram recuperadas em uma área de mata no interior de SP. Das 21 metralhadoras furtadas na terça-feira (10/10), quatro ainda seguem desaparecidas
As armas foram recuperadas em uma área de mata em São Roque, interior de São Paulo, e seriam vendidas para o PCC. - (crédito: Divulgação/Policia Civil/SP)
O Exército Brasileiro junto com a Polícia Civil de São Paulo recuperaram mais nove das 21 metralhadoras furtadas do Arsenal de Guerra, em Barueri. Na quinta-feira (19/10), foram recuperadas oito armas. Com isso, quatro armamentos ainda continuam desaparecidos. "Todos os esforços estão sendo envidados para a recuperação total dos armamentos subtraídos", informou o Comando Militar do Sudeste De acordo com o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, as armas foram recuperadas em uma área de mata em São Roque, interior de São Paulo, e seriam vendidas para o PCC. "Elas tinham endereço certo. A informação que se tem é que tanto Comando Vermelho quanto PCC seriam os destinatários finais desse armamento", disse.
O sumiço dos armamentos foi notado durante uma inspeção, realizada na última terça-feira (10/10). As armas são "inservíveis", ou seja, foram recolhidas para manutenção. Parte da tropa está recolhida no quartel para contribuir com o curso da investigação. O Exército brasileiro investiga o caso.
Ao Correio, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que as polícias Militar e Civil do estado estão mobilizadas para auxiliar na localização das metralhadoras e na identificação dos responsáveis pelo furto. Treze das 21 metralhadoras são calibre ponto 50, armamento capaz de derrubar aeronaves.
"Por meio do Muralha Paulista, estão sendo analisados registros digitais sobre veículos e pessoas nas vias próximas e de acesso ao local do crime com o objetivo de identificar alguma anormalidade de interesse policial", disse a pasta, em nota.
O diretor do Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP) foi exonerado. "Todos os processos da Organização Militar estão sendo revistos e, paralelamente à investigação, os militares que tinham encargos de fiscalização e controle poderão ser responsabilizados na esfera administrativa e disciplinar por eventuais irregularidades. Esses militares receberam um Formulário de Apuração de Transgressão Disciplinar e estão em curso de prazo para apresentação de suas defesas. Os militares temporários serão expulsos e os militares de carreira serão submetidos a Conselhos de justificação ou disciplina", afirmou o Comando Militar do Sudeste.
"A linha de investigação mais provável é de que as armas foram desviadas mediante furto com participação de militares do Arsenal de Guerra de São Paulo, embora nenhuma hipótese tenha sido descartada até o presente momento. Há a possibilidade do extravio ter ocorrido no lapso temporal de 5 a 8 de setembro. O Exército considera esse episódio inaceitável e envidará todos os esforços para responsabilizar os autores e recuperar todo o armamento, no mais curto prazo. Tudo está sendo investigado e os ilícitos e desvios de conduta serão responsabilizados nos rigores da lei", acrescentou.
Confira a nota do Comando Militar do Sudeste: O Comando Militar do Sudeste informa que na madrugada do dia 21 de outubro foram recuperadas mais 9 (nove) metralhadoras, sendo 5 (cinco) calibre .50 e 4 (quatro) calibre 7,62 (totalizando 17 armamentos), fruto de uma ação integrada do Exército Brasileiro com a Polícia Civil do Estado de São Paulo. Todos os esforços estão sendo envidados para a recuperação total dos armamentos subtraídos.