A Polícia Federal (PF) realizou, ontem, uma megaoperação contra suspeitos de planejarem a realização de ataques contra os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Foram cumpridos três mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão em São Paulo — em um, deles houve uma prisão em flagrante pelo porte irregular de arma de fogo.
A Operação Irrestrita teve por alvo a célula de uma facção criminosa cuja tarefa era elaborar ataques contra policiais, delegados, promotores e políticos. Segundo um relatório do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), o grupo chegou a monitorar, por pelo menos três meses, as residências oficiais dos presidentes da Câmara e do Senado em Brasília.
A facção criminosa até batizou o grupo que realizaria o possível ataque a Lira e Pacheco como "Missão Brasília". Os integrantes da quadrilha fotografaram as casas dos parlamentares — encontradas nos celulares apreendidos — e tinha até mesmo realizado planilhas com horários, quantidades de seguranças e como eram os deslocamentos dos parlamentares.
De acordo com os investigadores, a organização criminosa alugou, por R$ 2,5 mil, uma casa que servia de base avançada para a ação dos criminosos em Brasília. Inclusive, para montar a infraestrutura na capital, o bando gastou mais de R$ 40 mil.
Ao saber da operação da PF em busca dos criminosos que estariam desenvolvendo um plano contra as autoridades, Pacheco disse esperar que as forças de segurança avancem nas investigações. "Temos polícias muito especializadas, não só nossa Polícia Legislativa (do Senado), mas, também, a Federal. É uma questão para profissionais da segurança, que, certamente, vão ter todo o zelo para cuidar desse tema", comentou o senador.
As investigações da PF vêm subsidiando ações do Ministério da Justiça e Segurança Pública, que tem ampliado o nível de alerta das equipes da Polícia Penal Federal, que atua nos presídios federais — em especial no de Brasília, que teve um reforço de efetivo nas últimas semanas.