16/01/2024 às 07h28min - Atualizada em 16/01/2024 às 07h28min

China promete punição se Taiwan continuar abordando independência

A tensão aumenta entre China e Taiwan com a eleição do novo presidente da República da ilha, uma vez que Pequim rejeita tratativas de autonomia e independência

​O chanceler chinês Wang Yi manda o recado direto para Lai Ching-te - (crédito: AFP)

Um dia depois da eleição de Lai Ching-te para presidente de Taiwan, a China enviou um duro recado. Se ele mantiver as intenções de ampliar a independência e autonomia da ilha em relação ao governo central chinês, haverá uma punição bastante severa. A mensagem foi transmitida pelo ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi. Não ficou clara qual será essa penalidade, mas a ameaça foi explícita.

A China considera essa ilha parte de seu território e nunca deixou de proclamar o desejo de "reunificar" o país — pela força, se necessário. "Não importam quais sejam os resultados das eleições (em Taiwan). Não podem mudar o fato de que há apenas uma China e Taiwan é parte dela", reiterou Wang. "Taiwan nunca foi um país. Não foi no passado e certamente não será no futuro", insistiu ele.

Antes, o chanceler fez uma declaração incisiva também. "Se alguém na ilha de Taiwan pensa em buscar a independência, estará (...) tentando dividir a China e, sem dúvida, será duramente punido, tanto pela história quanto pela lei", afirmou o chanceler chinês em entrevista coletiva ao lado de seu homólogo egípcio, Sameh Shoukry, no Cairo.

Histórico
Lai Ching-te, candidato da situação, venceu a eleição presidencial em Taiwan com 40% dos votos e  prometeu defender a ilha das "intimidações" da China. Pequim reagiu imediatamente, reiterando sua intenção de "reunificar" o país separado "de fato" desde 1949.

Além de escolher um presidente, os taiwaneses renovaram o Parlamento. A oposição obteve 52 assentos, o partido da situação, 51, e o PTT, oito, aos quais se somam dois independentes.

Taiwan e a China continental estão separadas desde 1949, quando as tropas comunistas de Mao Tsé-tung derrotaram as forças nacionalistas. Estas últimas se refugiaram na ilha e impuseram uma autocracia que se tornou uma democracia na década de 1990.

Na véspera das eleições, o Exército chinês prometeu "esmagar" qualquer tentativa de "independência" por parte de Taiwan. As eleições foram acompanhadas de perto tanto pela China como pelos Estados Unidos, principal aliado militar de Taiwan. Uma delegação americana não oficial enviada pelo governo do presidente Joe Biden foi enviada a Taipei.

Impactos
Um eventual conflito entre China e Taiwan tem reflexos imediatos na economia mundial, uma vez que envolvem gigantes, além dos atores principais, aliados fortes, como os  Estados Unidos.
O novo presidente de Taiwan suavizou o discurso ontem ao afirmar que está aberto ao diálogo e que pretende procurar o governo chinês.


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