21/02/2024 às 07h46min - Atualizada em 21/02/2024 às 07h46min

Redinhas são utilizadas na UCIN do HRSM como forma de estimulação de recém-nascidos

Finalidade é propiciar sensações semelhantes às vivenciadas dentro do útero

Foto: Iges/DF

Trabalhar os estímulos que o recém-nascido recebe após seu nascimento é de extrema importância para seu desenvolvimento e evolução, principalmente os bebês prematuros. Na Unidade de Cuidados Intermediários Neonatais (UCIN) do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) essa é uma questão levada bastante a sério pela equipe multidisciplinar.

Por causa disso, os bebês entre 1,5kg e 2kg recebem estimulação vestibular com redinha de incubadora, através do balanço do recém-nascido com fins de exterogestação, ou seja, propiciar sensações parecidas com as sentidas dentro do útero da mãe.
 
“O pequeno balanço da redinha proporciona ao recém-nascido uma série de benefícios como, sono mais profundo, maior conforto, além de favorecer o desenvolvimento, crescimento e ganho de peso”, explica o terapeuta ocupacional da UCIN, Assis Rodrigues.
 
De acordo com ele, os bebês ficam na redinha por um período de duas horas. A estimulação na redinha é indicada para todos os recém-nascidos sem acesso ou com oxigenoterapia, desde que feita sempre dentro da incubadora.
 
A redinha faz parte das estimulações da exterogestação. Além dela, há a prática do banho de ofurô ou ofurôterapia e o método canguru, todos praticados dentro da UCIN do HRSM.

No caso de gêmeos, em que fica extremamente cansativo para a mãe ficar com os dois bebês balançando no colo, às vezes optamos por fazer pelo menos um dia na semana a técnica da redinha. Este é o caso de Naiara Oliveira, de 16 anos, mãe das gêmeas Elisa e Isabele, de um mês e meio. Elas nasceram de 31 semanas e ficaram internadas na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) por duas semanas.
 
“Acho bom quando colocam elas na redinha porque assim elas sentem como se ainda estivessem dentro da barriga e eu consigo descansar um pouco mais, pois estou internada com elas desde que elas nasceram”, relata. As gêmeas estavam na oxigenoterapia durante o período que ficaram na UTIN, mas agora, aguardam ganhar mais peso para receberem alta médica, pois estão saudáveis.
 
Frentes trabalhadas pela Terapia Ocupacional
A UCIN do HRSM é composta por uma equipe multidisciplinar que possui terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, psicólogo, assistente social, farmacêuticos e nutricionistas, além da equipe médica e de Enfermagem.

A Terapia Ocupacional trabalha quatro frentes dentro da UCIN: exterogestação, estimulação neurosensorial motora ou intervenção precoce, promoção de autonomia para mães nos cuidados do bebê e os grupos de trabalho para redução do impacto da internação para as mães.
 
“A intervenção precoce é voltada para prematuros extremos e nascidos abaixo de 32 semanas. O objetivo é reduzir as possibilidades de atraso no desenvolvimento. Já as técnicas de exterogestação visam oferecer maior conforto para os bebês”, explica Assis Rodrigues.
 
Maria Helena Nery também é terapeuta ocupacional da UCIN do HRSM e destaca que durante o banho de ofurô o bebê relaxa, alivia cólicas e desconfortos abdominais.
 
“Tudo isso acontece porque lembra toda a parte intrauterina, eles lembram a sensação de dentro do útero, do líquido amniótico. Essa é uma das primeiras memórias do recém-nascido e acaba sendo resgatada durante o banho de ofurô. Não é um banho higiênico, é um banho de relaxamento, por isso não se usa sabonete. Traz bastantes benefícios porque acalma o recém-nascido”, ressalta Maria Helena.
 
Além disso, durante a promoção de autonomia para as mães são ensinadas as maneiras corretas de dar banho, acalmar o bebê, trocar fralda, dicas de prevenção de outras doenças e orientação gerais pós-alta médica. Já os grupos trabalham e tentam ressignificar o momento de internação para as mães, tentando tirar um pouco o foco da preocupação e do estresse e ajudando-as a se fortalecerem durante o período que estão no hospital.


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