25/03/2024 às 07h49min - Atualizada em 25/03/2024 às 07h49min

Moraes silencia sobre suposta reunião com Bolsonaro citada por Cid

Moraes foi questionado pela Folha para comentar o assunto, nesta sexta-feira (22), por meio da assessoria de imprensa do STF. Disse que não se manifestaria.

Folha de São Paulo
Foto: Ton Molina/Estadão Conteúdo
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), não quis se manifestar sobre a declaração do tenente-coronel Mauro Cid de que o magistrado teria se encontrado com Jair Bolsonaro (PL).
Moraes foi questionado pela Folha para comentar o assunto, nesta sexta-feira (22), por meio da assessoria de imprensa do STF. Disse que não se manifestaria.
Em áudio revelado pela revista Veja, Cid citou o suposto encontro sem dar maiores detalhes. Ele também afirmou que a Polícia Federal tem uma narrativa pronta nas investigações sobre o ex-presidente.
“Eu falei daquele encontro do Alexandre de Moraes com o presidente, eles ficaram desconcertados, desconcertados. Eu falei: ‘Quer que eu fale?’.”, diz o trecho.
O ex-ajudante de Bolsonaro também se disse pressionado nos depoimentos e fez críticas a Moraes, que homologou sua delação premiada.
O ministro expediu novo mandado de prisão preventiva contra Cid nesta sexta. A medida ocorreu após o vazamento dos áudios.
De acordo com o gabinete de Moraes, o militar foi preso por “descumprimento das medidas cautelares e por obstrução à Justiça”.
Ele passou por exame de corpo e delito no Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal e foi encaminhado à Polícia do Exército.
Segundo integrantes da PF, o tenente-coronel feriu o acordo de confidencialidade da colaboração premiada, o que foi considerado como o descumprimento de uma medida cautelar. Ele fez isso, avaliam investigadores, para tentar atrapalhar a apuração, sendo suspeito de obstrução de Justiça.
O Supremo também informou que está sob análise a homologação da delação feita pelo militar, já que os termos não foram tratados pela corte, e sim pelos investigadores.
Nos áudios revelados por Veja, Cid afirma que os policiais só queriam “confirmar a narrativa deles” e a todo momento davam a entender que ele poderia perder os benefícios da delação premiada a depender do que contasse.
O militar também teria feito duras críticas a Moraes. “O Alexandre de Moraes é a lei. Ele prende, ele solta, quando ele quiser, como ele quiser. Com Ministério Público, sem Ministério Público, com acusação, sem acusação”, afirma.
E prossegue: “O Alexandre de Moraes já tem a sentença dele pronta, acho que essa é que é a grande verdade. Ele já tem a sentença dele pronta. Só tá esperando passar um tempo. O momento que ele achar conveniente, denuncia todo mundo, o PGR [procurador-geral da República] acata, aceita e ele prende todo mundo”.

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