03/04/2024 às 06h48min - Atualizada em 03/04/2024 às 06h48min

OAB pede afastamento de promotor que chamou advogada de “feia” em Alto Paraíso

Douglas Roberto Ribeiro de Magalhães Chegury referiu-se à advogada Marília Gabriela Gil Brambilla, como pessoa “irônica” e “feia”

​Promotor chamou advogada criminalista de "feia" durante sessão de Tribunal de Juri, em Alto Paraiso de Goiás (Foto: Divulgação)

OAB pede afastamento de promotor que chamou advogada de feia: O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), juntamente com as seccionais de Goiás e do Distrito Federal, enviaram um ofício ao corregedor nacional do Ministério Público (MP), Ângelo Fabiano Farias da Costa, solicitando o afastamento do promotor de Justiça que chamou uma advogada de “feia” durante uma sessão do Tribunal do Júri, em Alto Paraíso de Goiás (GO). Douglas Roberto Ribeiro de Magalhães Chegury ofendeu a advogada criminalista Marília Gabriela Gil Brambilla no dia 22 de março.

No documento submetido ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), a OAB ressaltou que o comportamento do promotor não se limitou a um único incidente. Segundo a representação, Douglas Roberto apresenta uma tendência persistente de desvios de conduta e abusos de autoridade, representando uma ameaça à integridade e dignidade da advocacia.

O documento salienta que a postura agressiva e autoritária do promotor prejudica a reputação do Ministério Público.

“A conduta policial excessiva, autoritária e agressiva, que tem o potencial de prejudicar a imagem impecável do Ministério Público, tornou-se uma prática comum na atuação do promotor em questão, conforme investigado. É importante ressaltar que os documentos anexados são evidências claras da necessidade urgente de intervenção por parte desta respeitável corregedoria, a fim de corrigir excessos e desvios funcionais”, destaca a representação.

A OAB também solicitou ao MP-GO informações sobre as denúncias e representações apresentadas contra Chegury, visando fornecer embasamento para o devido processo legal e garantia da ampla defesa.

Foi requerido o encaminhamento da reclamação disciplinar para investigação e julgamento da conduta do promotor, conforme previsto nas leis orgânicas pertinentes.

O caso aconteceu durante um julgamento no Plenário do Tribunal do Júri em Alto Paraíso de Goiás. “Não quero beijo da senhora. Se eu quisesse beijar alguém aqui, eu gostaria de beijar essas moças bonitas, e não a senhora, que é feia”, disse Douglas Roberto para Marília.

Mesmo com o protestos das pessoas que estavam no local, o promotor voltou a ofender a mulher. “Mas é óbvio. Só porque eu reconheci aqui que esteticamente… Eu menti? Tecnicamente ela não é uma mulher bonita”.
A sessão foi anulada após uma das juradas se retirar do plenário.

“Conforme acima relatado, durante a presente sessão plenária, após discussão entre membro do Ministério Público e uma das advogadas de defesa ao longo dos debates, uma jurada se levantou e se retirou do plenário, afirmando que não queria mais participar”, diz a ata de julgamento do júri.


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