17/07/2017 às 06h54min - Atualizada em 17/07/2017 às 06h54min

Está em curso mais uma maldade do Governo Rollemberg contra as populações do Gama e Santa Maria.

Gama Livre

A Secretaria de Saúde do DF vai fechar o Centro Obstétrico (CO) do Hospital Regional do Gama. Chegou-se a aventar a alternativa de se cerrar (com c) as portas do CO de Santa Maria. Mas pelo que aconteceu ultimamente, inclusive na última reunião entre as equipes dos dois hospitais, o fechamento será no HRG.

 

Lembremos que o GDF no final de 2016 fechou o PAI (Pronto Atendimento Infantil) do HRG. Depois, por pressão da comunidade, que chegou a fazer passeatas, reabriu em fevereiro. Menos de dois meses após a abertura houve novo fechamento. É uma gestão fechadora de serviços da rede pública de saúde.

 

O principal motivo que se alega para fechar o Centro Obstétrico do HRG é a falta de equipes médica e de enfermagem para a realização dos cerca de 700 partos por mês que as duas unidades realizam. Só no Gama são em torno de 500 mensais.

 

A precariedade do Centro Obstétrico do Gama revela o total colapso que chegou a unidade com a gestão da saúde do DF.

 

Informações dão conta que, por inúmeras vezes, nem um banho é possível a parturiente tomar. E como se não bastasse esse absurdo, nesta sexta-feira, ontem, (14/7) —segundo informações passadas ao Gama Livre— completou uma semana que nenhum pediatra visita a enfermaria para dar alta às mães e aos seus bebês. Isso demonstra um desrespeito do governo às parturientes e aos bebês, além de acarretar um custo maior dos serviços e, também, a ocupação desnecessária de leitos que podem fazer falta a outras pacientes. Mas a responsabilidade não deve recair sobre os ombros dos pediatras. Se o quadro é insuficiente, a responsabilidade é de quem? Do governo do DF.

 

Já o Centro Obstétrico de Santa Maria também não fica atrás. Os lençóis e as roupas usadas pelas pacientes não estão sendo lavadas no HRSM. Este trabalho ocorre nos hospitais do Gama, Paranoá ou outro hospital que aceite lavá-las. Esse fato chegou a ser objeto de matérias em blogues, sites, jornais, emissoras de rádio e de TV.

 

Após serem lavadas, as roupas são colocadas em sacos, todas misturadas, e transportadas para Santa Maria por funcionários do hospital. Em seguida são separadas e dobradas, mas sem serem mais passadas a ferro. Ficam amarrotadas, claro que bem menos do que a imagem do governo quanto à desastrosa gestão da saúde.

 

Estima-se que no Centro Obstétrico do Gama são necessários cerca de 42 pediatras, fora a equipe de enfermagem, que ultrapassa esse número.

 

Uma das três reuniões realizadas com as equipes das unidades de saúde das duas cidades para tratar dos centro obstétricos dos dois hospitais, aconteceu nesta quinta-feira (13/7). Nela as equipes foram orientadas a comunicar a população que o CO do Gama será fechado até o final de julho para reformas que o transformará em Casa de Parto, devendo TODAS as pacientes serem encaminhadas para a unidade de saúde de Santa Maria que tem instalações mais novas. Tal encaminhamento dos pacientes atuais, bem como o encaminhamento de pacientes que batam à porta do HRG para parir, será mais um transtorno para a população, pois não há ambulâncias disponíveis para fazer a transferência.

 

Ficou bem claro na mente de todos os participantes da reunião de ontem (13/7), mesmo sem que houvesse alguém gravando alguma coisa “nessa porra” (humm!!! Perdão, leitores, por reproduzir o palavrão. Mas, ressalto, o original não foi meu), que a decisão da Secretaria de Saúde do governo Rollemberg é fechar até o final deste mês de julho o Centro Obstétrico do HRG. A mulher que quiser parir, que vá parir no HRSM ou em outra freguesia, decidiu o governo.

 

Ah! Em reuniões semelhantes a essa acontecida na última quinta (13/7), sempre alguém propõe que haja um "discurso alinhado". Mas o necessário, e republicano, é que sejam alinhados —o discurso e as ações— somente aos interesses da população, das necessidades das parturientes do Gama e, claro, às necessidades dos nossos queridos e amados bebês.

 

Tudo leva a crer que esta orientação passada (mas possivelmente nem gravada, mesmo que num simples smartphone) à equipe das duas unidades de saúde (HRG e HRSM) falta com a verdade. Explica-se:

 

1) Uma Casa de Parto requer um número muito maior de equipe de enfermeiras obstetras e de neonatal, cerca de 90 profissionais que realizarão os partos

 

2) Existem alguns casos de impedimentos para a mulher ter um bebê em uma casa de parto. Dentre tais impedimentos aponta-se as situações em que há gravidez gemelar (de gêmeos), bebê pélvico (sentado), gestante com pressão alta, diabetes, cesária prévia.

 

3) Grande parte das gestantes que se encontram na área da chamada Região de Saúde Sul, especialmente aquelas que não moram na área urbana do Gama, não fazem o pré-natal completo, fator fundamental para a identificação da existência, ou não, dos impedimentos descritos acima (no parágrafo anterior).

 

4) O Centro Obstétrico do Hospital Regional de Santa Maria só possui 12 camas de parto, podendo ser ampliadas para 16. A média de partos diária das duas cidades é de 23. Mas há dias, claro, que ocorrem um número maior de partos. Em outros dias, um número menor. O que a equipe de atendimento fará quando chegarem ao HRSM, por exemplo, 50 gestantes?

 

Seria muito bom se o secretário de Saúde e o próprio governador do DF respondessem essa pergunta. Mas, claro, sem blá blá blá. Ótimo seria também se o Ministério Público do DF fizesse tal pergunta ao governo.

 

Parturientes e seus bebês merecem respeito! O povo exige respeito!

 

Parturientes e bebê unidos, jamais serão vencidos!


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