11/05/2024 às 07h08min - Atualizada em 11/05/2024 às 07h08min

Governo do RS reforça segurança nos abrigos; 11 pessoas foram presas

Segundo o secretário de Segurança Pública, as prisões são referentes a crimes praticados em abrigos, incluindo crimes sexuais; todos os suspeitos foram presos.

​Governador Eduardo Leite anunciou investimento em hospitais e saúde mental nesta sexta-feira (10) — Foto: Reprodução

O governo do Rio Grande do Sul anunciou, nesta sexta-feira (10), um reforço de segurança nos abrigos que acolhem pessoas que saíram de casa em razão dos temporais e cheias que já deixaram 116 mortos no estado. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirma que 11 pessoas foram presas por crimes praticados dentro de abrigos.
 
O secretário da Segurança, Sandro Caron, afirmou que o foco das autoridades é tanto o combate a saques nas ruas quanto a atuação nos locais de acolhimento. A Brigada Militar e a Polícia Civil receberam ordens de "prender todos aqueles que praticarem crimes nos abrigos".
 
"Ao todo, desde o início da operação, nós prendemos 54 pessoas, sendo que 11 dessas prisões foram referentes a crimes praticados em abrigos, inclusive, em relação a crimes sexuais noticiados, todos os autores foram presos", disse.
 
Reforço de segurança
A Polícia Civil afirma que está fazendo rondas nos maiores abrigos durante 24 horas, e que as menores estruturas são monitoradas em ações pontuais. O governador Eduardo Leite (PSDB) destacou que o estado vai auxiliar as prefeituras nos abrigos.
 
"Já determinei também a entrada em campo fortemente do governo do estado na organização de abrigos específicos nas cidades que estão mais pressionadas", falou Leite.
 
O governo anunciou a convocação de 1 mil policiais militares aposentados para reforçar a segurança em abrigos. Esses agentes não podem ser destacados para o policiamento nas ruas.
 
Mulheres e crianças
A Prefeitura de Porto Alegre anunciou a criação de um abrigo emergencial exclusivo para mulheres e crianças. A unidade vai ser instalada no Foro Regional do Partenon, da Justiça do RS, na Zona Leste da Capital. Também foram contratados serviços de vigilância privada para os abrigos do município.
 
"Seguimos resgatando pessoas, acolhendo-as em abrigos e trabalhando para que a cidade tenha suprimentos e condições de atender a todos. Estamos em um segundo momento já pensando para onde irão essas pessoas que perderam tudo, pois muitas casas não existem mais", diz o prefeito, Sebastião Melo (MDB).
 
Temporais no RS
Além dos 116 mortos, há 756 feridos e 143 desaparecidos, segundo boletim divulgado às 12h15 desta sexta-feira (10). O número de pessoas fora de casa subiu para 408,1 mil. O RS tem 437 dos seus 497 municípios com algum relato de problema relacionado aos temporais, com 1,9 milhão de pessoas afetadas.

Em coletiva, o governador Eduardo Leite anunciou mais de R$ 50 milhões destinados para a área da saúde no estado. O governo destinará R$ 41,6 milhões para recursos de reestruturação e apoio para hospitais que estão realizando atendimento de retaguarda às vítimas dos desastres.

Voltou a chover no Vale do Taquari, região afetada pelo temporal da semana passada. Lajeado é a maior cidade, a maior economia entre os 38 municípios do Vale do Taquari, e registrou cinco das 33 mortes da região.
 
Nesta manhã, um carro que nem tinha sido retirado da lama ficou cercado novamente também pela água na cidade. Casas onde os moradores nem tinham voltado ainda, novamente ilhadas. Toda a infraestrutura da cidade não tinha sido suficiente pra recuperar a devastação no município e o trabalho nesta sexta ficou ainda mais difícil.
 
A Prefeitura de Porto Alegre prevê para este final de semana o término da construção de uma travessia provisória que vai funcionar como "corredor humanitário" para a chegada de caminhões, veículos de emergência e donativos para atingidos por enchentes na Capital. Ela vai ficar entre a Avenida Castelo Branco e o Túnel da Conceição, na Região Central da cidade, próximo à Estação Rodoviária, que está alagada.
'Corredor humanitário': acesso provisório a Porto Alegre é construído

O nível do Guaíba, em Porto Alegre, baixou mais nas últimas horas: desceu para 4,71 metros conforme medição feita às 13h15 desta sexta-feira (10) pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) no Cais Mauá. Foi uma redução de 30 centímetros em 24 horas. A marca fica abaixo daquela registrada na enchente história de 1941, de 4,76 metros.
 
Imagens mostram um "cemitério de carros" em Eldorado do Sul, na Região na Metropolitana de Porto Alegre. Dezenas de carros e ônibus aparecem submersos após os temporais no Rio Grande do Sul, nas últimas semanas. Mais de 90% do município foi inundado pelas águas que vieram do Rio Jacuí e desceram para o Lago Guaíba. Mais de 40 mil habitantes tiveram que deixar suas casas.
 


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