A crise está tão grande em nosso país que afetou até os terreiros de macumba. Em meio às dificuldades econômicas, muitos desses terreiros estão enfrentando problemas para manter suas atividades. A escassez de recursos financeiros impacta diretamente na capacidade de realizar rituais, adquirir materiais necessários para oferendas e até mesmo manter a infraestrutura dos terreiros. Os pais e mães de santo relatam que a queda no número de fiéis e doações tem sido significativa. Sem o apoio financeiro da comunidade que perdeu o poder aquisitivo, muitos terreiros estão lutando para sobreviver. A situação é agravada pelo aumento dos custos de vida, que afeta tanto os líderes religiosos quanto os frequentadores. Antes da crise, humoristas davam conta que existiam terreiros com sala internacional para baixar os “caboclos poliglotas”, altos contratos com companhias de gás, pois, segundo alguns artistas do humor, os, os santos “tinham “bons fluídos” sem contar com a exorbitante e alta conta de energia elétrica, a qual dava clara demonstração que as entidades eram “muito iluminadas”. Diante dessa realidade, os líderes religiosos estão buscando alternativas para continuar sua missão. A esperança é que, com a união e solidariedade da comunidade, os terreiros possam superar essa crise e continuar a desempenhar seu papel fundamental na vida de muitas pessoas. Antes, em cada esquina era comum ver despachos com “frango, garrafas de vinho e cachaça”, testemunhos visíveis das tradições e oferendas religiosas. Esses elementos, parte integrante dos rituais, simbolizavam a devoção e o respeito aos orixás e entidades espirituais. Hoje, a situação mudou drasticamente. Em vez dos antigos despachos abundantes e completos, vê-se apenas oferendas mais modestas, como uma “farofa de ovo frito”. Essa simplificação das oferendas ilustra como a crise econômica está impactando todos os aspectos da vida cotidiana, inclusive as práticas religiosas. Os terreiros e seus fiéis se adaptam às novas realidades, mantendo viva a essência das tradições, mesmo que de forma mais humilde.
Foto: Montagem
