20/07/2017 às 11h36min - Atualizada em 20/07/2017 às 11h36min

Polícia realiza operação contra 'jogo' que estimula suicídio

Mandados foram cumpridos em São Paulo e em outros 8 estados. No Rio, 'curador' foi preso

O Diário de São Paulo

Uma operação policial em âmbito nacional tenta dar fim a um jogo virtual que estimula a automutilação e suicídio de crianças e adolescentes. Nesta terça-feira (18), policiais civis de nove estados cumpriram 24 mandados judiciais em 20 cidades. Um suspeito foi preso.

Em São Paulo, a operação, denominada de Aquarius, teve com alvo os municípios de Ibiúna, Pitangueiras, Araraquara, Ipeúna, Rio Claro e Iracemápolis, conforme a Secretaria de Segurança Pública.

A pasta destacou que os agentes paulistas cumpriram seis mandados de busca e apreensão, com apoio CIISP (Centro Integrado de Inteligência de São Paulo) e das unidades de inteligências das regiões de Ribeirão Preto, Piracicaba e Sorocaba.

A operação é um desdobramento de investigação da DRCI (Delegacia de Repressão a Crimes de Informática), do Rio de Janeiro, que apura crimes de homicídio tentado, lesão corporal leve, associação criminosa e ameaça.

O jogo tenta induzir virtualmente crianças e adolescentes ao suicídio por meio de 50 desafios. O pedreiro Matheus Moura, de 23 anos, foi preso em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, e confessou ter aliciado 30 pessoas para o jogo.

Delegada titular da DRCI, Daniela Terra, disse que Moura confessou ser um dos curadores do jogo no Brasil. "Os agentes conseguiram se infiltrar em comunidades e identificar alguns desses curadores. Pelo menos 15 vítimas vieram procurar a DRCI e as investigações começaram no início do ano", contou Daniela ao jornal "O DIA".

Entre as vítimas está uma criança de 9 anos e uma adolescente que desenhou o símbolo do jogo no púbis. A faixa etária das vítimas é de 8 a 15 anos. "Os pais têm que avaliar a necessidade de uma criança de 8 anos ficar numa rede social", destacou Daniela Terra.

Na casa dele a polícia apreendeu computador e celulares. As investigações mostraram que o suspeito criava comunidades para atrair as vítimas com nomes como 'Você está triste?' e criava testes a que os adolescente eram submetidos assim que entravam no jogo.

Segundo a delegada, muitas vítimas procuraram a DRCI, mas ainda não se sabe quantas eram ligadas a Matheus. Além de confessar ter convencido 30 menores a participar do jogo, Matheus disse que queria ganhar o posto de "curador" como são chamados os aliciadores da Baleia Azul e que há cinco "curadores" atraindo pessoas.


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