Não bastasse a falta de 50% (cinquenta por cento) no efetivo na Polícia Civil, já denunciado há vários anos, a Direção da Polícia do Distrito Federal convocou seus servidores para fazerem um trabalho que não é da Polícia Civil, mas, sim, da Polícia Militar.
A Constituição Federal determina que compete à Polícia Militar o policiamento ostensivo, visando inibir a prática de crimes. Já à Polícia Civil compete a investigação criminal, ou seja, identificar a autoria do crime, depois que este aconteceu.
A Polícia Civil hoje trabalha com apenas metade do número adequado para seu efetivo, que seria de 8.900 policiais para uma população de cerca de 3 milhões de habitantes, além de uma população flutuante do entorno, com de cerca de 2 milhões de cidadãos. Distante desse ideal, atualmente a Polícia conta com cerca de 4.500 policiais na ativa e todas as delegacias trabalham com equipes pela metade.
A falta de efetivo na PCDF traz como consequências: a demora no atendimento à população, a impossibilidade início imediato das investigações, o atraso nas investigações, a sobrecarga de trabalho, o não cumprimento de mandados de prisões, o atraso nas prisões de suspeitos e criminosos, a impunidade, o aumento da violência e a insegurança pública.
Ao retirar os poucos policiais civis das investigações, a Polícia Civil faz com que essas consequências nefastas para a sociedade se potencializem, permitindo mais assassinatos, estupros e roubos, por exemplo.
Também causou muita estranheza o fato de o diretor geral ter feito uma escala de serviço da PCDF para um evento particular. Em Brasília, há dezenas de eventos privados, todos os dias e todas as semanas. E praticamente nunca servidores são convocados para atuar nesse tipo de atividade. Nos mesmos dias de festas e shows do Na Praia, no Distrito Federal haverá dezenas de eventos particulares. Por qual motivo há convocação para trabalho de servidores da Segurança Pública apenas nessa festa específica?