Rodrigo Rollemberg não pode deixar de considerar a população evangélica se quer ser eleito ou eleger alguém em 2018.
Há um ano da próxima corrida eleitoral, já passou da hora, dele abrir os olhos para esse segmento da sociedade e trazer o povo de Deus para seu lado.
Hoje, o Distrito Federal tem um pouco mais de 900 mil fiéis espalhados em diversas denominações evangélicas. O que significa quase 30% da população. Números que podem impactar bastante, inclusive se a vontade do governo é melhorar os índices de popularidade.
Nas igrejas, ouve-se muitos comentários negativos ao Governo Rollemberg. Pastores e lideranças reclamam da ausência de diálogo, da tomada de medidas impopulares entre os cristãos e, principalmente, das promessas feitas por ele e ainda não cumpridas.
Rodrigo assumiu publicamente o compromisso de regularizar pelo menos 1,5 mil templos e até agora, nem 10% disto foi feito. Sob a gestão de Bruna Pinheiro, a Agefis também derrubou sete igrejas, só no Sol Nascente. E apesar de Rodrigo ter investido em obras de infraestrutura naquela região, a mágoa das derrubadas ainda está viva.
Soma-se a isto, o decreto que regularizou a homofobia e “penalizou”, na visão dos evangélicos, o posicionamento deles em relação ao direito das famílias.
Explico melhor: com a regulamentação da lei distrital de autoria dele e, a criação de penas contra a homofobia, evangélicos acreditam que serão atacados na sua convicção, sem ter o direito a livre manifestação do pensamento cristão sobre o homossexualismo.
O Estatuto da Família também está entre as conversas dos líderes evangélicos. Para eles, Rodrigo não se empenhou tanto para a sanção do texto como se empenha em aprovar a regulamentação da Homofobia, tendo ido à justiça para derrubar de vez o decreto do legislativo que aprovou a suspensão do decreto de regulamentação.
Na semana passada, com o pedido de desculpas de Rollemberg ao artista que posava nu na Esplanada e foi detido pela polícia, o domingo nas igrejas foi ainda mais movimentado. Rodrigo acabou plantando mais um tema polêmico, sem pensar nas consequências da opinião pública, não apenas entre os policiais, mas também entre os eleitores mais conservadores.
O governador não pode encarar o “silêncio público” do segmento evangélico como um sinal de aceitação da sua gestão. Rodrigo precisa, rapidamente, reestabelecer o diálogo com essas lideranças. Até porque não é nem um pouco silencioso o movimento que se ouve nos quatro cantos das igrejas.
A coisa não está muito boa mesmo para ele. As pesquisas mostrar taxas altas de rejeição e se Rodrigo quer melhorar sua popularidade, tem de investir nas orações e no diálogo com o segmento cristão.