13/08/2024 às 06h47min - Atualizada em 13/08/2024 às 06h47min

Polícia conclui que não houve racismo em abordagem a filhos de diplomatas

Três filhos de diplomatas negros foram abordados por PMs armados em junho. Segundo inquérito, nenhum dos jovens relatou o uso de "palavras com cunho racial"

​Os meninos eram filhos dos diplomatas do Canadá, Gabão e Burkina Faso e estavam acompanhados de um amigo brasileiro no momento da ação policial. - (crédito: Reprodução/Redes sociais)

A Delegacia de Atendimento ao Turista (Deat) concluiu que não houve crime de injúria racial durante abordagem policial a quatro adolescentes filhos de diplomatas em Ipanema, no Rio de Janeiro, no início do mês de julho deste ano. Três desses jovens eram negros e um era branco, eles tem entre 13 e 14 anos e estavam passando férias no Rio de Janeiro.

Os meninos eram filhos dos diplomatas do Canadá, Gabão e Burkina Faso e estavam acompanhados de um amigo brasileiro quando a ação policial ocorreu. Segundo a investigação, não foi relatado pelos meninos a presença de uso de palavras ofensivas, xingamentos ou palavras discriminatórias por parte dos PMs. Ainda de acordo com o inquérito, os policiais “não elegeram suspeitos com base na cor de pele” e trataram todos os adolescentes da mesma forma.

A mãe de um dos adolescentes argumentou, após a divulgação do relatório, que “o racismo vai muito além de proferir palavras racistas”. A advogada que representa a família, Raquel Fuzaro, diz que o resultado da investigação foi recebido com “surpresa e indignação”.

Relembre o caso
Quatro adolescentes de 13 e 14 anos foram abordados pela Polícia Militar enquanto levavam um amigo para a casa, na Rua Prudente de Morais, em Ipanema no Rio de Janeiro no dia 3 de junho deste ano. Três dos jovens eram negros e filhos de embaixadores, e os PMs os abordaram com armas em punho. O Itamaraty emitiu um pedido formal de desculpas e se reuniu com as famílias dois dias depois do ocorrido.

A embaixatriz do Gabão, mãe de um dos jovens, Julie-Pascale Moudouté-Bell, disse estar “chocada” com o modo que a abordagem foi ofensiva ao grupo de adolescentes.


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