Se aqui no Brasil um casamento pode ser sinônimo de gastar quantias gigantescas de dinheiro, na Coreia do Sul os noivos podem receber uma bolada para começar uma nova família. Cada casal pode receber até US$ 85 mil, o equivalente a R$ 480 mil para namorar, noivar e casar.
A medida é um projeto piloto para enfrentar a crise demográfica no país, causada pela baixa taxa de natalidade – que é a menor do mundo. Por enquanto, a medida vale apenas para Saha, distrito da cidade de Busan, que é a segunda maior da nação. O orçamento aprovado pelo governo coreano inclui também uma quantia para financiar um programa de encontros, que incentivará mulheres e homens locais a se encontrarem com o objetivo de começar uma família. O dinheiro varia de acordo com cada etapa do relacionamento.
O projeto começa em outubro, com um evento que promoverá encontros para casais em potencial.
Como vai funcionar?
O homem e a mulher que se conhecerem no evento vão receber uma quantia equivalente a US$ 604 (R$ 3400). Se o casal se apaixonar, namorar e começar a planejar o casamento, receberá mais US$ 1.200 (R$ 6,7 mil).
Como presente de casamento, os pombinhos recebem cerca de US$ 24 mil (R$ 135 mil) adicionais. O governo ainda oferecerá aos recém-casados um depósito de US$ 36 mil (R$ 202 mil) para uma casa ou US$ 960 (R$ 5,4 mil) por mês, para bancar o aluguel por cinco anos.
No total, os casais que encontrarem o amor com sucesso e passarem por cada estágio do processo podem embolsar entre US$ 64 mil (R$ 360 mil) e US$ 85 mil (R$ 480 mil). Se o piloto for considerado bem-sucedido, o governo deve expandir o programa.
Os participantes devem ter entre 24 e 43 anos e morar ou trabalhar em Saha. Eles também devem enviar uma inscrição e passar por um processo de triagem e entrevista antes de serem autorizados a participar do programa.
Por enquanto, somente coreanos natos podem participar do projeto. Mas a ideia é que, em 2025, estrangeiros que trabalham ou vivem na região possam ser beneficiados. A intenção é que eventos como o planejado em outubro ocorram uma vez por mês.
"Este projeto foi criado para superar a crise demográfica em meio à baixa taxa de natalidade da Coreia do Sul, formando uma comunidade local multicultural no futuro. Com o declínio da população local e geral se tornando mais evidente, há uma forte determinação para levar adiante este projeto", disse o chefe do distrito de Saha, Lee Gap-jun, à mídia na quarta-feira.
A taxa de fertilidade da Coreia do Sul, já a mais baixa do mundo, caiu para um recorde de baixa em 2023, com o número médio de bebês esperados para uma mulher sul-coreana durante sua vida reprodutiva caindo de 0,78 em 2022 para 0,72, de acordo com dados do Statistics Korea. Esse número fica bem abaixo dos 2,1 filhos necessários para manter a população atual do país de 51 milhões.