25/09/2024 às 13h53min - Atualizada em 25/09/2024 às 13h53min

Israel e Hezbollah escalam conflito; bombardeios forçam fuga de 500 mil

Israel mantém bombardeios no sul e no leste do Líbano. Ataques mataram 569 desde segunda-feira. Hezbollah lança 300 foguetes contra o território israelense e confirma morte de mais um comandante, em Beirute

​Coluna de fumaça se ergue após bombardeio israelense à área de el-Hosh, perto da cidade de Tiro (sul do Líbano) - (crédito: Hassan Fneich/AFP)

Pelo segundo dia consecutivo, Israel manteve os bombardeios no sul e no leste do Líbano, no Vale do Bekaa, forçando a fuga de meio milhão de civis em direção ao norte e a Beirute. Do outro lado, a milícia xiita libanesa Hezbollah lançou, em um único dia, cerca de 300 foguetes contra o norte do território israelense. Até o fechamento desta edição, na noite de terça-feira (24/9), o número de libaneses mortos nos ataques aéreos chegava a 569, incluindo 50 crianças e 94 mulheres. Pelo menos 1.835 pessoas ficaram feridas.

As forças israelenses também tornaram a realizar um assassinato seletivo na capital libanesa. Mísseis atingiram um prédio no bairro de Dahiyeh, subúrbio da região sul, e eliminaram Dahieh Ibrahim Mohamed Kobeisi, chefe da unidade de mísseis e foguetes do Hezbollah. Na sexta-feira passada (20/9), outro bombardeio em Beirute teria matado Ibrahim Aqil, líder da Radwan, a força de elite do grupo pró-Irã.

Em pronunciamento durante a abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, o secretário-geral, António Guterres, alertou que "o Líbano está à beira do abismo". O português também citou a invasão israelense à Faixa de Gaza, que completará um ano em 7 de outubro. "Gaza é um pesadelo permanente, que ameaça arrastar toda a região para o caos, a começar pelo Líbano", disse Guterres, ao pedir um cessar-fogo permanente em todo o Oriente Médio.

Yoav Gallant, ministro da Defesa de Israel, dirigiu-se a Guterres e admitiu que o pesadelo citado pelo chefe da ONU "é uma realidade". "A realidade é que o Hezbollah fez o Líbano refém e a ONU não reconhece as ações" do Hezbollah, "nem cumpre com sua obrigação" de exigir a aplicação da resolução 1701" do Conselho de Segurança, que pôs fim à guerra entre Israel e o movimento islamista libanês em 2006, acrescentou. O Conselho de Segurança se reunirá nesta quarta-feira, em caráter de emergência, para debater a escalada no Líbano e no norte de Israel. O encontro foi solicitado pela missão da Eslovênia na ONU, que atualmente ocupa a presidência rotativa do órgão.

Também no marco da Assembleia Geral, o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, usou a tribuna para avisar que os ataques israelenses ao Líbano "não ficarão sem resposta". "É imperativo que a comunidade internacional pare imediatamente a violência e estabeleça um cessar-fogo permanente em Gaza e ponha fim à barbárie desesperada de Israel no Líbano antes que ela envolva a região e o mundo", advertiu.


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