(Reuters) - A Venezuela cancelou os passaportes de dezenas de jornalistas e ativistas desde que o presidente Nicolás Maduro reivindicou a vitória na reeleição, parte de o que grupos de direitos humanos dizem ser uma campanha de repressão cada vez mais intensa contra os oponentes do presidente autoritário, informou o jornal Financial Times no sábado.
Pelo menos 40 pessoas, a maioria jornalistas e ativistas de direitos humanos, tiveram seus passaportes anulados sem explicação, informou o jornal, citando o grupo de direitos humanos Laboratório de Paz, com sede em Caracas.
O grupo advertiu que o número de pessoas que tiveram seus passaportes cancelados provavelmente é muito maior devido ao medo dos venezuelanos de denunciar os casos, disse o FT.
O Laboratorio de Paz não pôde ser contatado imediatamente para a reportagem.
As pessoas tiveram seus passaportes confiscados pelas autoridades ao tentar embarcar em voos do principal aeroporto do país, informou o jornal, citando o grupo de direitos humanos.
Ao contrário do assassinato ou da tortura, que têm um custo político mais alto, o governo descobriu que o cancelamento de passaportes é uma maneira eficaz de neutralizar e abafar vozes críticas com o mínimo de esforço, informou o jornal citando Rafael Uzcátegui, codiretor do grupo de direitos.
Maduro foi proclamado vencedor da disputada votação de julho no país sul-americano pelas autoridades eleitorais e judiciais, uma alegação rejeitada como falsa pela oposição.