MOSCOU (Reuters) – O Kremlin afirmou na segunda-feira (09) que o presidente Vladimir Putin tomou a decisão de conceder asilo na Rússia a Bashar al-Assad, que foi deposto do cargo de presidente da Síria por uma ofensiva rebelde relâmpago.
A queda de Assad é um grande golpe para o Irã e para a Rússia, que intervieram na guerra civil de 13 anos da Síria para tentar sustentar seu governo, apesar dos apelos ocidentais para que ele deixasse o poder.
De acordo com agências de notícias russas, uma fonte não identificada do Kremlin disse no domingo que Assad estava em Moscou com a família.
“Essas decisões não podem ser tomadas sem o chefe de Estado. Essa é a decisão dele”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, aos repórteres, mas não deu mais detalhes sobre os movimentos de Assad.
A saída de Assad remove um bastião do qual Irã e Rússia detinham o poder no Oriente Médio. O pai de Assad, Hafez al-Assad, ficou do lado da União Soviética para tentar alcançar a paridade com Israel, apoiado pelos Estados Unidos.
O Kremlin disse que a Síria está sujeita a “extrema instabilidade” e que é muito cedo para falar sobre o futuro das bases russas no país.
“Estamos dialogando com Ancara e outros países da região, inclusive sobre assuntos sírios”, declarou Peskov.
“De fato, a Síria passará por um período muito difícil agora, devido à instabilidade. E, é claro, é muito importante manter um diálogo com todos os países da região aqui. Estamos determinados a fazer isso.”
Não está claro como o Hayat Tahrir al-Sham, uma antiga afiliada da Al-Qaeda que liderou o avanço dos rebeldes, verá as instalações militares da Rússia na Síria – a base aérea de Hmeimim na província de Latakia e uma instalação naval em Tartous, na costa.
“É prematuro falar sobre isso ainda”, disse Peskov. “Tudo isso é assunto para ser discutido com aqueles que estarão no poder na Síria.”