O presidente do Irã, Masud Pezeshkian, anunciou, em mensagem oficial divulgada ao país nesta terça-feira (24/6), o fim do conflito “imposto” por Israel, iniciado no último dia 13 de junho, e o início do respectivo cessar-fogo. O chefe do Estado-Maior do Exército israelense também confirmou a trégua e afirmou que a nação volta a mirar o grupo palestino Hamas na Faixa de Gaza.
“Hoje, após a heroica resistência de nossa grande nação (...) assistimos ao estabelecimento de uma trégua e ao fim desta guerra de 12 dias imposta”, declarou, conforme a agência de notícias France-Presse, o representante iraniano. Segundo ele, a República Islâmica “foi forçada a entrar em conflito militar para se defender”.
O tenente-general Eyal Zamir, de Israel, garantiu, também em comunicado oficial, que no momento a “atenção” do país “retorna a Gaza, para trazer os reféns para casa e desmantelar o regime do Hamas”.
Irã comemorou “vitória” e afirmou ter forçado a nação adversária a “encerrar de forma unilateral” o conflito. Ao aceitar a proposta americana de trégua, Israel afirmou, por sua vez, que “todos os objetivos” da guerra, entre eles a neutralização do programa nuclear iraniano, haviam sido alcançados.
Os dois países reforçam que se reservam o direito de “responder” a eventuais violações dos lados adversários e que se mantêm alerta. Apesar disso, Pezeshkian disse que espera que a nação que comanda nunca mais seja “forçada a lutar” e reiterou que não busca desenvolver armas nucleares, mas “apenas fazer valer seus direitos legítimos”.
Mais cedo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, havia afirmado que o cessar-fogo já estava “em vigor” e acusou os países, principalmente Israel, de violar a trégua. Apesar de sirenes terem soado ao norte de Israel nesta manhã e uma fonte militar ter informado à AFP que o Irã teria disparado mísseis, o país persa negou o ataque. A última investida israelense em solo iraniano, por sua vez, foi registrada às 2h30 do horário de Brasília (5h30, no horário local) desta terça.
O saldo do conflito, que durou cerca de 12 dias, foi de 610 mortos e mais de 4,7 mil feridos do lado iraniano, se contados apenas civis; e 28 vítimas israelenses.
Volta do foco para Gaza
A Defesa Civil da Faixa de Gaza anunciou, nesta terça, a morte de 46 pessoas que esperavam por ajuda humanitária na região. Além delas, pelo menos cem foram feridas por disparos israelenses próximos a centros de distribuição de comida e mantimentos no território palestino. O Exército de Israel não se pronunciou sobre o assunto.