Grupo armado assalta e ameaça moradores de Sobradinho 2, Cruzeiro e Sudoeste, entre o fim da noite de sábado e o início da manhã de domingo. A maioria dos criminosos é presa após perseguição policial.
Bandidos deixaram um rastro de violência em três cidades do Distrito Federal, entre a noite de sábado e a manhã de ontem. Nesse período, a quadrilha cometeu uma tentativa de homicídio, um roubo a veículo e uma tentativa de latrocínio em Sobradinho 2, no Cruzeiro e no Sudoeste. A série de crimes chegou ao fim após perseguição policial, que culminou com a prisão de parte do bando e a apreensão de dois adolescentes, às 7h de domingo. Policiais militares não encontraram a arma usada pelos suspeitos, mas recuperaram um Sandero prata. Com os acusados, havia duas balaclavas, comprimidos de rohypnol e uma réplica de revólver.
A ação dos criminosos começou em Sobradinho 2. O bando abordou uma família na QR 1, por volta das 22h de sábado, após abandonarem um Fiat Idea batido que teria sido usado, pouco antes, em uma tentativa de homicídio. Lá, eles usaram a arma para ameaçar uma grávida de quatro meses. Eles queriam o Sandero prata e os celulares das vítimas, mas a gestante estava sem o aparelho, o que enfureceu os ladrões. Um dos criminosos, então, incitou o comparsa armado a matá-la. “Apaga logo”, teria dito, segundo testemunhas.
O marido insistiu que ela estava sem o telefone, e o grupo fugiu em seguida com o carro da família. “Estávamos eu, a minha mulher, a minha mãe, o meu sogro e o meu cunhado no carro. Nós demos os quatro celulares que tínhamos, mas eles pediram também o dela. Ficamos muito aflitos. Depois de tudo, ela passou mal e vomitou, mas está melhor”, contou o companheiro, que preferiu não se identificar.
Terceira vítima dos criminosos na mesma noite, um morador do Cruzeiro, proprietário de um Sandero preto, sofreu a abordagem do grupo perto de casa, durante a madrugada. Estava com a namorada. Quando os ladrões se aproximaram a bordo do veículo roubado em Sobradinho 2, pensaram que fosse um vizinho. “Eles (criminosos) emparelharam o veículo ao lado do meu e quebraram o retrovisor. Em seguida, mostraram a arma e me mandaram descer. Eu ia entregar o carro, mas um deles atirou”, lembra.
No momento do disparo, a vítima engatou a marcha a ré e tentou fugir dali. Os bandidos, então, aceleraram e bateram no veículo. Cerca de 500m depois, o casal abandonou o carro, mas levou a chave. Ambos pediram ajuda em uma casa, onde ocorria uma festa, algumas quadras à frente. “No momento em que se aproximaram, não desconfiei de nada. Cheguei a voltar ao local, e eles ainda estavam nas proximidades, me esperando. Fugi quando atiraram. O tiro foi na nossa direção. A rua em que estávamos era sem saída, mas conseguimos sair a pé”, relata. O veículo ficou amassado na porta traseira direita.
Policiais militares prenderam dois integrantes da quadrilha cerca de 30 minutos depois da tentativa de latrocínio no Cruzeiro. Os PMs surpreenderam a dupla na Estrada Parque Indústria e Abastecimento (Epia), próximo ao Viaduto Ayrton Senna. Estava no Sandero prata e foi levada para a 5ª Delegacia de Polícia (Área Central), onde foi reconhecida pela vítima.
Psicopata
Passadas quatro horas, às 7h, uma equipe da PM que fazia ronda pelo Sudoeste decidiu abordar um Corsa branco, com vidros escuros, nas proximidades do Hospital das Forças Armadas (HFA). O motorista do veículo tentou fugir, e os militares saíram em perseguição. Outras cinco pessoas estavam no carro, e duas delas foram reconhecidas como participantes dos dois assaltos anteriores. “A abordagem aconteceu na Quadra 306. O mais perigoso deles, que tem várias passagens e incitou o comparsa a atirar é, também, o mais frio. Eles o chamam de psicopata. Quando desceu do carro, foi pedindo para ligar para o advogado”, contou a tenente Thalita Santos, que ficou à frente da ocorrência pela Polícia Militar.
De acordo com a oficial, a quadrilha sempre chegava aos locais dos assaltos em um carro com documentação em dia, para não levantar suspeitas. Em seguida, um motorista distribuía as duplas. Após os roubos, os criminosos levavam os veículos para Sobradinho 2 e retornavam para novas ações criminosas. Trata-se do terceiro grupo especializado em roubo e furto de veículos que a PM prende em menos de um mês, e o maior a atuar no Sudoeste e Cruzeiro.
9 horas
Período em que o grupo de criminosos praticou vários delitos até ser preso pela PM
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