Familiares denunciam abandono e falta de recursos em CAPS de Goiânia

A nova unidade do CAPS Esperança passa por adaptação, mas a mudança para o novo local ainda não ocorreu

09/02/2025 07h53 - Atualizado há 1 dia
Familiares denunciam abandono e falta de recursos em CAPS de Goiânia
Pacientes do CAPS Esperança aguardam por melhorias urgentes nas condições de atendimento (Foto: reprodução)

Familiares de pacientes do Centro de Atenção Psicossocial Esperança (CAPS) Esperança, no Jardim Petrópolis, em Goiânia, denunciam o abandono do local e a deterioração das instalações, além da falta de infraestrutura para o atendimento. A unidade, que atende mais de 700 pacientes mensais e depende do SUS, enfrenta problemas como infiltrações, mofo e falta de insumos como medicamentos. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que a nova unidade do CAPS está em adaptação e que a Comurg enviará uma equipe para reforçar a limpeza e a manutenção do espaço.

Infraestrutura precária compromete atendimento

Um familiar, que preferiu não ser identificada, descreveu a situação como desesperadora. Segundo o relato, “o reboco do teto cai durante os atendimentos, a bomba da caixa d’água frequentemente quebra, dificultando o uso dos banheiros, e o mofo afeta o ambiente, expondo todos a riscos de doenças respiratórias”. Além disso, a unidade carece de consultórios e o quadro de funcionários é insuficiente para a demanda, com trabalhadores sobrecarregados e enfrentando problemas de saúde, como ocorreu com um funcionário que passou mal durante o atendimento ao seu filho.

A parte externa da unidade também está em condições precárias, com mato alto e uma piscina que acumula água da chuva, criando um foco de proliferação de insetos e mosquitos da dengue.

Novo local já teria sido alugado mas segue sem adaptação para atendimentos

Apesar da locação de uma nova unidade, a apenas duas quadras do local atual, a adaptação necessária para tornar o imóvel habitável ainda não teria sido concluída. Além disso, pacientes relatam que a falta de medicamentos psiquiátricos tem causado a interrupção dos tratamentos, o que leva a surtos e piora no quadro clínico. “Quem precisa do medicamento e não tem como comprar fica à mercê do risco de entrar em surto, e no local não tem como pegar”, lamentou um familiar.

Pessoas que necessitam do local para atendimento aos seus familiares cobram mais ações do poder público, destacando que as condições atuais são insustentáveis e estão prejudicando a recuperação dos pacientes. Para eles, a administração do CAPS Esperança tem feito o possível, mas as condições precárias são um obstáculo constante.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) esclareceu que a sede do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Esperança, localizado no Jardim Petrópolis, não é de propriedade da prefeitura. Devido às condições precárias do imóvel, a SMS decidiu interromper o contrato de locação e transferir a unidade para outro local que passa por adequações.

Além disso, a Secretaria destacou que solicitará à Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) reforço na limpeza e manutenção do espaço atual até que a transferência do CAPS seja concluída.

Leia na íntegra a nota da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS):

 A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) informa que a sede do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Esperança, no Jardim Petrópolis, não é própria. Em razão das condições do imóvel, a pasta decidiu interromper o contrato de locação e transferir a unidade de saúde para novo local. O novo imóvel, já alugado pela SMS, passa por adequações para receber as equipes e pacientes. 

A pasta informa ainda que solicitará à Companhia de Urbanização de Goiânia reforço na limpeza e manutenção do local até que seja finalizada a transferência do CAPS.


  • Ir para GoogleNews
Notícias Relacionadas »