O ex-presidente Jair Bolsonaro e o ministro Alexandre de Moraes, do STF
Interlocutores de Jair Bolsonaro com o Judiciário fizeram um pedido ao ex-presidente sobre o projeto que visa conceder anistia aos golpistas de 8 de janeiro. Solicitaram que o capitão reformado baixe o tom sobre a proposta e que condene aqueles que praticaram atos de vandalismo contra os prédios dos Três Poderes.
Jair Bolsonaro tem recebido apelos desses conselheiros para que critique publicamente aqueles que depredaram e destruíram o patrimônio público durante os ataques.
A avaliação feita por esse grupo é que, além de ajudar a baixar a tensão com o Supremo Tribunal Federal (STF) antes do julgamento que se iniciará por tentativa de golpe, o gesto pode até ajudar a proposta da anistia. Bolsonaro, porém, tem se recusado a atender ao pedido.
Isso porque parte das lideranças do Congresso passou a defender junto a ministros do Supremo que haja uma diferença entre as penas para os que depredaram os prédios do Três Poderes dos demais, ou seja, para que os depredadores e vândalos arquem com as sentenças mais pesadas.
O próprio líder do PL, o deputado Sóstenes Cavalcante, admite que pode revisar a lista de crimes a terem as penas extintas no projeto da anistia. Hoje, a sigla defende que sejam perdoados aqueles condenados por cinco crimes, sendo eles associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Sóstenes avalia apresentar como plano B a proposta para que só os três primeiros crimes possam ser perdoados no projeto da Câmara, mantendo as condenações para quem depredou a Praça dos Três Poderes, o Congresso, o Palácio do Planalto e o STF. Ele acredita que, com isso, a chance de angariar mais votos de parlamentares em torno da proposta crescerá.