O porta-voz do Ministério da Defesa da China, Wu Qian, alertou nesta sexta-feira, 28, que o país retomará o controle de Taiwan, pequena ilha Pequim considera parte de seu território, “mais cedo ou mais tarde”. A declaração ocorre após rumores de que o governo taiwanês ampliará o escopo dos seus exercícios de fogo anuais, chamados Han Kuang, que buscam treinar as tropas de Taipé para resistir a um possível ataque chinês.
“É um erro de cálculo sério da situação, da opinião pública e da comparação de forças”, disse Wu, condenando a ideia taiwanesa. “Exagerar dessa forma é extremamente perigoso. Avisamos as autoridades do DPP (Partido Democrático Progressista, no poder do território semiautônomo) que segurar a maré com uma vassoura só vai acabar em autodestruição. Nós vamos pegar vocês, mais cedo ou mais tarde.”
Nas redes sociais, a fala de Wu foi comparada a um popular filme infantil chinês, Ne Zha 2, no qual um garoto luta contra demônios da mitologia do país. Numa das cenas, o rapaz adverte a um inimigo: “Eu voltarei e pegarei você”. O longa, lançado em janeiro deste ano, se tornou o maior sucesso de bilheteria na China, superando os feitos de Divertidamente 2. Por sua vez, Ne Zha 2 não foi reproduzido nos cinemas de Taiwan.
Após os comentários do porta-voz chinês, o Ministério da Defesa de Taiwan acusou a China de ser a maior “encrenqueira” na comunidade internacional. Em comunicado, a pasta relembrou que “este ano marca o 80º aniversário do (fim da) II Guerra Mundial, e a história provou que qualquer forma de agressão e expansão terminará em fracasso”.
“As ações dos militares comunistas nos últimos anos estão repetindo os erros dos invasores e empurrando a China para a derrota”, alertou a pasta. obtidas pelo FT, que mostram buracos profundos onde serão construídos bunkers para proteger militares chineses em caso de guerra, incluindo um conflito nuclear.
Apelidado de “Cidade Militar de Pequim”, o complexo deve ser o maior centro de comando militar do mundo. A construção, segundo uma análise do jornal, teve início em meados do ano passado e ocorre em meio à modernização do Exército de Libertação Popular (ELP) da China, que investe em armas e projetos a serem colocados em prática até 2027, quando a força chinesa completa 100 anos.
Do outro lado, Taiwan também busca aumentar suas defesas para tentar conter quaisquer investidas da China. O futuro de Taipé parece incerto em meio ao retorno de Donald Trump à Casa Branca. Ao contrário de seu antecessor, Joe Biden, fiel apoiador da soberania taiwanesa, o republicano se recusou dizer nesta semana se os Estados Unidos sairiam em defesa militar de Taiwan caso o exército chinês ataque a ilha.
 |
 |
