Muita gente estranhou o fato de Jair Bolsonaro ter sido levado de Natal para Brasília para ser operado, já que, desde a facada que ele tomou, em setembro de 2018, todo o tratamento – incluindo as cinco cirurgias a que ele já se submeteu – vinha sendo feito em São Paulo pelo cirurgião Antonio Luiz de Macedo.
De acordo com aliados do ex-presidente, a decisão foi de Michelle Bolsonaro, que a justificou por duas razões.
Uma delas foi o fato de Macedo ter sido o cirurgião que operou a deputada Amália Barros (PLMT), amiga de Michelle que morreu em maio do ano passado.
Amália tinha um nódulo benigno no pâncreas, mas sofreu um sangramento no fígado durante a primeira cirurgia. Depois disso, ela ainda foi submetida a mais três operações para tentar controlar a intercorrência, que ocorre em menos de 1% dos pacientes com quadro semelhante. Mas faleceu durante a última operação.
“Não é nada pessoal contra o doutor Macedo, mas ela resolveu fazer uma tentativa com outro médico”, alegou um interlocutor da primeira-dama, citando ainda o fato de que Bolsonaro já fez com o próprio Macedo cinco cirurgias para tentar conter os efeitos colaterais da facada.
A sexta cirurgia, que ocorreu neste domingo (13) e durou doze horas, foi realizada em Brasília sob o comando do médico Claudio Birolini. “A ideia é que essa seja a cirurgia definitiva”, diz um aliado, que pediu para falar sob reserva.
Ainda assim, os médicos anteciparam à família que a recuperação será lenta e Bolsonaro deverá ficar pelo menos quatro semanas no hospital.
O ex-presidente passou mal na sexta-feira durante um evento no Rio Grande do Norte, após sentir os efeitos da retenção intestinal, e foi transferido no sábado para a capital do Distrito Federal.