Ex-general russo é condenado a sete anos de prisão por corrupção e pode ser enviado à guerra na Ucrânia para cumprir pena

Vadim Shamarin, que já havia sido preso no ano passado, foi acusado por aceitar propinas no valor de mais de US$ 400 mil (cerca de R$ 2,3 milhões)

19/04/2025 07h40 - Atualizado há 7 horas
Ex-general russo é condenado a sete anos de prisão por corrupção e pode ser enviado à guerra na Ucrânia para cumprir pena
Presidente russo, Vladimir Putin, durante parada militar na Praça Vermelha — Foto: Mikhail Metzel / Sputnik / AFP

O Tribunal Militar da Guarnição de Moscou, na Rússia, condenou nesta quinta-feira o ex-general e ex-vice-chefe do Estado-Maior, Vadim Shamarin, a sete anos de prisão por aceitar propinas no valor de mais de US$ 400 mil (cerca de R$ 2,3 milhões). Vadim Shamarin, de 53 anos, já havia sido preso em maio do ano passado sob acusações de fornecer contratos de Defesa inflacionados, em troca de dinheiro, a um fabricante de telefones entre 2019 e 2023.

Imagens divulgadas por veículos de comunicação russos mostraram o ex-general sendo escoltado por agentes pelo tribunal, com expressão séria e abatida, momentos antes da sentença ser lida. Além de sete anos de prisão, o tribunal também confiscou 36 milhões de rublos (US$ 437 mil) dele, segundo a agência de notícias RIA.

O advogado de defesa, Vladimir Shelupakhin, declarou à agência TASS que Shamarin está disposto a cumprir sua pena lutando na guerra da Ucrânia, uma alternativa oferecida por Moscou a milhares de condenados desde o início da invasão, em fevereiro de 2022.

— Se for aprovado, Vadim Shamarin irá como lutador regular — disse Shelupakhin.

A campanha anticorrupção da Rússia

Desde o início do quinto mandato de Putin, o governo russo intensificou os esforços de combate à corrupção, numa tentativa de acalmar a crescente insatisfação popular com o desperdício de recursos públicos em plena guerra.

A queda de diversas figuras do alto escalão militar, incluindo a destituição do ex-ministro da Defesa Sergei Shoigu, no ano passado, é interpretada como um expurgo no comando das Forças Armadas, motivado por seguidos reveses na ofensiva na Ucrânia.

Segundo promotores russos, mais de uma dúzia de oficiais militares e funcionários do setor de Defesa foram acusados de envolvimento em esquemas de desvio de dinheiro público desde o ano passado.

Vários funcionários ainda não foram condenados, incluindo o ex-vice-ministro da Defesa Timur Ivanov, que é acusado de desviar US$ 38,3 milhões (cerca de R$ 222 milhões) de um banco sediado em Moscou.


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