Moro diz que Lupi 'não aguentou a semana' e ironiza: 'Demitido duas vezes durante os governos do PT'

Pedetista deixou o Ministério da Previdência após desgaste por crise no INSS

04/05/2025 07h54 - Atualizado há 18 horas
Moro diz que Lupi não aguentou a semana e ironiza: Demitido duas vezes durante os governos do PT
O senador Sergio Moro criticou o agora ex-ministro Carlos Lupi — Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo e Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

O senador Sergio Moro (União-PR) reagiu ao pedido de demissão do agora ex-ministro da Previdência Carlos Lupi nesta sexta-feira, nove dias após uma operação da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU) revelar um esquema bilionário de desvios em aposentadorias e pensões do INSS. O parlamentar disse que Lupi "não aguentou uma semana" e ironizou a situação.

"Lupi não aguentou a semana. Era previsível. Demitido duas vezes durante os governos do PT", escreveu o senador. Em 2011, em meio a denúncias de corrupção, o pedetista pediu demissão da chefia do Ministério do Trabalho, durante a gestão da petista Dilma Rousseff.

 Apesar das investigações sobre o INSS não citarem Lupi, ele estava desgastado pelas revelações. O entendimento de integrantes do Palácio do Planalto foi que prevaleceu uma ideia segundo a qual ele não tomou providências para estancar os descontos. As apurações revelaram também uma demora nas ações do governo sobre o tema, mesmo após diversos alertas.

 Lupi ainda perdeu o direito de indicar o chefe do INSS. Coube ao presidente Lula escolher Gilberto Waller Júnior, que ingressou no INSS como procurador em 1988 e já foi corregedor-geral do órgão. O ministro havia indicado Alessandro Stefanutto em 2019, demitido pelo presidente da República após a operação.

 Entenda a operação

A megaoperação deflagrada pela PF e CGU visa combater descontos não autorizados em aposentadorias e pensões pagas pelo INSS. Stefanutto foi afastado do cargo por decisão judicial e depois demitido por Lula.

A operação, que envolveu centenas de policiais e auditores, foi autorizada pela Justiça do Distrito Federal para combater um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões. As investigações apontam que a soma dos valores descontados chega a R$ 6,3 bilhões, entre 2019 e 2024, mas ainda será apurado qual porcentagem foi feita de forma ilegal.

As investigações apontaram que havia descontos sobre valores pagos mensalmente pelo INSS como se os beneficiários tivessem se tornado membros de associações de aposentados, quando, na verdade, não haviam se associado nem autorizado os descontos.

Após a operação, o governo suspendeu todos os acordos que previam desconto nas aposentadorias.


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