Duas adolescentes são investigadas por postarem nas redes sociais um vídeo em que uma delas aparece dançando em cima de uma sepultura, no cemitério municipal de Pirenópolis, no Entorno do Distrito Federal. As filmagens, que se espalharam rapidamente pela internet, mostram também as jovens rindo dos nomes gravados nas placas de identificação das lápides e zombando das fotos dos mortos. As duas podem responder por profanação.
A repercussão foi negativa tanto online quanto nas ruas da cidade. Revoltados com a situação, os familiares de pessoas enterradas no local denunciaram o caso à Polícia Civil de Goiás, que instaurou um inquérito para investigar o que aconteceu.
O delegado Tibério Cardoso, responsável pela investigação, contou que o vídeo começou a circular ainda na noite de segunda-feira (12). Já no dia seguinte, parentes de dois falecidos que aparecem nas imagens procuraram a delegacia. “Nós já identificamos e convocamos as adolescentes, junto com os responsáveis. Elas devem comparecer a uma audiência para dar explicações. As duas vão responder por um ato infracional, que se enquadra como profanação de sepultura, por causa da atitude desrespeitosa de subir nos túmulos e pelos comentários que fizeram”, explicou.
No vídeo, uma das garotas aparece dançando sobre um dos túmulos, enquanto a outra filma e zomba do nome de uma mulher enterrada ali. Em tom de deboche, uma delas chega a dizer: “Ah não, por favor! Se eu morrer, vocês não botam um trem desse no meu túmulo.”
Após as críticas negativas devido às imagens, as duas decidiram gravar outro vídeo. Nele, pedem desculpas, dizem estar arrependidas e reconhecem o erro. Também afirmam que estão dispostas a arcar com as consequências e pedem perdão, principalmente às famílias das pessoas que estavam sepultadas ali. “Elas já gravaram esse vídeo de retratação. É uma atitude que merece ser destacada, porque mostra que elas perceberam que erraram e estão tentando consertar”, afirmou o delegado.
Com a conclusão do inquérito, o caso será enviado ao Ministério Público de Goiás (MPGO), que vai analisar a denúncia. Caberá ao Judiciário decidir que tipo de medida socioeducativa será aplicada e por qual ato infracional elas poderão responder.
Os nomes das adolescentes não foram divulgados. Até o momento, a reportagem não conseguiu contato com os responsáveis legais ou eventuais advogados das jovens. O espaço segue aberto para manifestações.
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