Três deputados e uma senadora do PDT, partido do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi, assinaram o pedido de abertura da CPI Mista do INSS, que pretende investigar descontos ilegais em benefícios de segurados. Com Marcos Tavares, Max Lemos, Pompeo de Mattos e a senadora Leila Barros, a oposição busca mais 13 assinaturas para garantir maioria na Câmara e viabilizar a instalação da CPI. No Senado, a maioria foi alcançada na semana passada, com o apoio de 43 parlamentares.
O PDT ainda comanda o Ministério da Previdência com Wolney Queiroz, que era o número dois de Lupi na pasta. O ex-ministro foi exonerado no dia 2 de maio, em decorrência do escândalo das fraudes em aposentadorias e pensões por meio de descontos indevidos de mensalidades cobradas por associações que cadastravam beneficiários sem autorização. O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto — indicado por Lupi — também foi demitido e substituído pelo procurador federal Gilberto Waller Júnior.
Fraudes
No dia 15 de maio, durante a sabatina para aprovação do nome de Queiroz para a presidência do INSS, Leila Barros manifestou apoio à criação da CPI Mista. A senadora aproveitou a ocasião para alfinetar o colega e ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro, Sergio Moro, ao insinuar que as fraudes tiveram origem ainda na gestão anterior.
“Eu gostaria de relembrar, porque o ex-ministro Sergio Moro está aqui também, que em uma reunião gravada em 22 de abril de 2020 — dois dias antes de o atual senador deixar o governo — houve falas do então presidente da República como: ‘Por que eu não posso trocar alguém da segurança na ponta de linha que pertence à nossa estrutura? Vai trocar. Se não puder trocar, troca o chefe dele. E se não puder trocar o chefe dele, troca o ministro’”, disse Leila Barros.
. Lembrar o que muitas vezes jogamos para debaixo do tapete, inclusive com o que está acontecendo atualmente. Sabe por quê? Porque o pau que dá em Chico tem que dar em Francisco”, afirmou a senadora.
Em resposta, Moro cobrou a assinatura de Leila Barros no pedido de abertura da CPMI e destacou que o volume de fraudes aumentou no atual governo. “Que se investigue todo mundo, mas é inegável que houve crescimento das fraudes durante o atual governo. Então não vamos dourar a pílula em relação a este governo”, disse o senador.
“E também não vamos enganar quem nos ouve. Dizem que tomaram todas as providências, mas não. Não tem ninguém preso. Agora, que todos os culpados sejam investigados e punidos. Fico feliz em saber que a base agora defende a Comissão Parlamentar de Inquérito. Quero ver a assinatura”, arrematou Sergio Moro.