Na manhã da terça-feira (03), durante entrevista, o subsecretário de Planejamento e Integração Operacional da Polícia Civil, delegado Carlos Oliveira, rebateu as acusações feitas por Viviane Noronha, mulher de MC Poze, que afirmou ter sofrido “preconceito” durante a abordagem policial.
Segundo Viviane, sua casa foi “violada” por agentes durante a operação, da qual ela é um dos alvos. A ação pretende desarticular o núcleo financeiro do Comando Vermelho, responsável por lavar mais de R$ 250 milhões. A investigação aponta que Viviane teria sido beneficiada pelo esquema, recebendo valores milionários por meio de empresas de fachada e produtoras de bailes funk que atuavam no interior do Complexo do Alemão.
— São críticas infundadas. Apresentamos dados de investigação que são submetidos ao Ministério Público e, posteriormente, à apreciação do juiz. Todo o nosso trabalho é avaliado por outras instituições, que têm o dever de aprová-lo ou não — disse Carlos Oliveira.
O subsecretário também negou qualquer prática de discriminação nas ações da polícia e afirmou que os agentes atuam independentemente de etnia ou classe social: — Prendemos pessoas de qualquer etnia, raça… Não importa se o criminoso é preto ou branco. Essa crítica não tem procedência — declarou.
Em publicação no perfil de MC Poze no Instagram, Viviane relatou ter sido tratada como “bandida”, assim como seus familiares e amigos. Ela também sugeriu que a operação estaria ligada à decisão judicial que concedeu liberdade ao funkeiro.
A Polícia Civil esclareceu que Viviane é investigada por suspeita de envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas controlado pelo Comando Vermelho. O inquérito que mira Viviane e sua empresa é um desdobramento da investigação que levou à prisão de MC Poze.
— São essas pessoas que as crianças têm que seguir como exemplo, não alguém que finge ser artista enquanto glamoriza o crime. Os jovens precisam ser levados para outro caminho — completou Carlos.
A polícia informou ainda que toda a ação foi filmada e que Viviane acompanhou a chegada dos agentes à sua residência. Segundo os investigadores, ela será intimada a apresentar provas de que joias teriam sumido durante o cumprimento do mandado.
— Eles não se declaram vítimas quando estão pulando de fuzil nessas comunidades — concluiu Carlos.
Informações: Agência O Globo.