27/09/2017 às 06h48min - Atualizada em 27/09/2017 às 06h48min

Dodge pronuncia 'Lava Jato' pela 1ª vez e diz que rescisão de delação não invalida prova

Nova procuradora-geral da República dá sua primeira entrevista coletiva e adota tom cauteloso quando o assunto é a denúncia contra Michel Temer e delação da JBS

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Em entrevista coletiva nesta terça-feira, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, usou pela primeira vez a expressão “Lava Jato” desde que tomou posse na chefia do Ministério Público.

 

A procuradora também adotou um discurso mais incisivo quando se referiu ao combate à corrupção, dizendo que aturá com vigo contra o crime organizado, a lavagem de dinheiro e o colarinho branco.

 

“O compromisso do MPF com a operação Lava Jato é o meu compromisso. Todos os membros do MPF, assim como a população, reconhecem a importância dessa investigação”, disse.

Questionada sobre a denúncia contra o presidente da República, Michel Temer, Dodge evitou externar posições mais concretas e fixou-se em critérios legais para falar sobre o caso.

 

Disse, por exemplo, que uma vez sendo ela aceita pela Câmara e autorizada pelo Supremo disse que dará prosseguimento à denúncia, uma vez que é a obrigação do Ministério Público.

 

A procuradora também foi perguntada sobre uma possível inépcia da denúncia por ela ter narrado fatos anteriores ao mandato de Temer. Sobre isso, disse que não iria discutir um caso concreto na imprensa.

 

Durante a coletiva Dodge também falou sobre a validade da delação da JBS. Num primeiro momento disse que a lei é clara no sentido de uma rescisão de colaboração não invalidar provas.

 

Depois, explicou que ainda precisa analisar com mais profundidade o caso JBS e o envolvimento de procuradores de forma irregular para decidir se tratará as provas como válidas ou não.

 

Outro tema da coletiva foram os vazamentos de delações premiadas e o momento em que o sigilo deste tipo de acordo deve ser quebrado.

 

Diferente de seu antecessor, Rodrigo Janot, que em diversas ocasiões pediu o levantamento do sigilo em fases iniciais de investigações, Dodge disse que seguirá a lei na ampla maioria dos casos, mantendo o conteúdo de delações em sigilo até que denúncias sejam recebidas.

 

 

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