É simplesmente degradante ao país ter um presidente da República duas vezes denunciado pela Suprema Corte. Não se trata de denúncias originadas de juizado de primeira instância, mas sim derivadas do tribunal superior.
De forma indecente a primeira denúncia foi rejeitada na Câmara Federal por manobras antirrepublicanas do próprio Michel Temer, que “comprou a honra” de mequetrefes deputados em troca da liberação de emendas parlamentares e de cargos públicos.
Novamente, a população brasileira testemunha a pirotecnia do governo em convocar deputados para barganhar espúria troca de favores de modo a evitar a segunda denúncia contra Michel Temer.
Os sintomas de um país enfermo, com políticos e ex-políticos encalacrados na Justiça até a alma, fruto das investigações da Lava-Jato que desmascarou a macrodelinquência política instalada no país, indicam que o Brasil precisa urgente de uma nova intervenção para corrigir os erros ocorridos com a redemocratização.
Nada é mais vergonhoso à República de Rui Barbosa e de outros patriotas que enobreceram a nação e deixaram exemplos positivos à posteridade do que ter a sua história política manchada com a condenação de um ex-presidente da República a nove anos e meio de prisão e na iminência de nova condenação, bem como ter o atual presidente saltitando para evitar que a segunda denúncia do STF prospere na Câmara Federal.
Mas o que chama a atenção é a liderança do governo na Câmara, deputado Tarcísio Perondi, se prestar para o vexaminoso papel de defender, sem nenhum escrúpulo, a pouca seriedade de Michel Temer, desmascarada por Joesley Batista. Lembrando ao deputado gaúcho que pau que bate em Chico (Lula) também bate em Francisco (Temer).
Por coincidência ou não, lamentamos que dois gaúchos, Tarcísio Perondi (PMDB-RS) e Carlos Marun (PMDB-MS), tenham se especializa em defender “corruptos”, travestidos de políticos.
Júlio César Cardoso
Bacharel em Direito e servidor federal aposentado
Balneário Camboriú-SC