16/10/2017 às 06h45min - Atualizada em 16/10/2017 às 06h45min

Insegurança: medo faz parte do cotidiano de moradores do DF

Jbr
O governo comemora a queda nos índices criminais no Distrito Federal. Nas ruas, nos ônibus, nos comércios, nas residências, a população mostra pânico. Aparentemente, os números apresentados mensalmente pela Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social não são suficientes para os brasilienses perderem o medo. É a tal da sensação de insegurança, sentimento subjetivo que domina à revelia das estatísticas.
Em setembro, os registros de Crimes Violentos Letais Intencionais, que incluem homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte reduziram 34,4%, se comparado ao mesmo mês de 2016.

Também caíram todos os crimes contra o patrimônio – roubo a pedestres, de veículos, em comércios, no transporte público – com acumulado de 10,7%. Diariamente, foram 93 pedestres assaltados, 10 carros levados, oito ônibus, cinco comércios e duas casas invadidas.

“Sensação de insegurança tem a ver com a percepção das pessoas a respeito da possibilidade de serem vítimas de algum tipo de ato que coloque em risco suas vidas e que, no universo em que habitam, pouco se faz em relação a crimes”, explica Nelson Gonçalves, professor e pesquisador em Segurança Pública. De acordo com ele, trata-se do medo do crime a partir de questões circunstanciais, não objetivas.

Não precisa ser vítima

Nesse sentido, o especialista explica que o medo aparece ainda que a pessoa, a família ou os vizinhos não tenham sido vítimas. “Elas se sentem sujeitas se têm a notícia de que alguma coisa aconteceu, seja por conversas, seja por divulgação de crimes”, revela. Segurança pública, diz, não é uma questão de polícia pura e simplesmente: “é algo extremamente sistêmico, um conjunto de projetos e ações desencadeadas pelo Estado para que reduza a sensação, como iluminação pública”.

No “P” Sul tem até música como alerta

“P Sul, cidade boa, de riqueza igual não há. Um ladrão rouba carteira, outro rouba o celular. P Sul, minha paixão, minha cidade querida. Ou entrega sua moto ou perde sua vida”. A comicidade da tragédia é usada pelo instrutor de auto escola Vitor Henrick Vital, de 25 anos. Em rimas, ele demonstra que a sensação de segurança passa longe da cidade, em Ceilândia. “É uma piada que a gente ri, mas a é a realidade daqui. Tem muito assalto.”

 

Foto: Myke Sena

Foto: Myke Sena


Foto: Myke Sena

De acordo com a Secretaria de Segurança, Ceilândia integra o rol das oito regiões administrativas monitoradas prioritariamente pelo programa Viva Brasília Nosso Pacto pela Vida, juntamente com a Estrutural, Samambaia, São Sebastião, Planaltina, Santa Maria, Taguatinga e Brasília. Juntas, as cidades concentram cerca de 65% de todos os crimes que acontecem no DF.

“Aqui é assim: as pessoas têm que ficar dentro de casa, enquanto os bandidos estão soltos na rua”, reclama o empresário Avanildo Sousa da Rocha, de 53 anos. O sentimento se estende à população.

 


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